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Um dia passado a discutir o Orçamento e as suas alquimias

21 de setembro de 2017 às 22:31

O dia dos líderes partidários, na estrada em campanha para as autárquicas, misturou hoje uma discussão sobre o Orçamento de 2018, "alquimias" e o abrir mais ou menos os cordões à bolsa do Estado


O dia dos líderes partidários, na estrada em campanha para as autárquicas, misturou hoje uma discussão sobre o Orçamento de 2018, "alquimias" e o abrir mais ou menos os cordões à bolsa do Estado.

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Foto: José Sena Goulão/Lusa
Foto: Rodrigo Antunes/Lusa
Foto: Nuno Veiga/Lusa
Foto: Rui MInderico/Lusa
Foto: Miguel A. Lopes/Lusa

A menos de três semanas da entrega do Orçamento no parlamento, o dia ficou marcado, pela manhã, com a notícia de um estudo de economistas do 'think tank' Institute of Public Policy (IPP) a propor uma política orçamental "menos restritiva" do que a prevista pelo Governo até 2021.

O deputado Paulo Trigo Pereira, eleito como independente pelo PS, é um dos que defende que, com metas menos apertadas, seria possível mais despesa pública e, consequentemente, mais crescimento económico.

E, em entrevista à Rádio Renascença e aoPúblico, Trigo Pereira avisou os parceiros do Governo que "não é possível fazer tudo ao mesmo tempo". "Isso é alquimia", concluiu o deputado e um dos responsáveis pelo programa eleitoral do PS de 2015.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, que participou "enquanto lisboeta" numa acção de campanha do candidato do PS à Câmara de Lisboa, Fernando Medina, optou pelo silêncio e não comentou esta estratégia orçamental alternativa à do Governo.

"O Mário Centeno está hoje aqui enquanto lisboeta, com um enorme orgulho de ser lisboeta e de poder estar ao lado de Fernando Medina e da equipa que tem para a cidade de Lisboa", disse.

Quase à mesma hora, Assunção Cristas, líder do CDS-PP, criticou o "leilão" para o Orçamento entre a maioria de esquerda, em que até o ministro das Finanças "acaba por se desdizer" quando faz contas e "o lençol não estica".

"O que não é positivo é esta espécie de leilão em que um pede uma coisa, outro pede outra, outro pede outra, em que o próprio ministro das Finanças num dia diz uma coisa e no outro dia acaba por se desdizer, aparentemente toma a dianteira e depois vai fazer as contas e o lençol não estica", defendeu Assunção Cristas, em declarações aos jornalistas.

À esquerda, a coordenadora do Bloco, Catarina Martins, disse esperar que o Governo "ouça com atenção" o aviso de "economistas do PS" de que "não é preciso fazer uma consolidação orçamental tão rápida como o ministro das Finanças tem defendido".

Jerónimo de Sousa, líder do PCP, relativizou o estudo - "é uma opinião" -, mas considerou que "os avanços na economia" dos últimos dois anos provam que a opção do Governo apoiado pelos comunistas foi "o caminho certo", com a "reposição de rendimentos e direitos.

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, reagiu ao estudo, lamentando que tenha "demorado tanto tempo a concluir que fazer tudo ao mesmo ao tempo é uma alquimia".

Longe da campanha eleitoral, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, não falou directamente sobre o Orçamento para 2018, mas considerou que o grupo de economistas que apresentou um estudo propondo uma estratégia de maior despesa pública e menor ambição na redução do défice "traz uma reflexão muito interessante".

No dia de campanha, à direita, a discussão ainda andou à volta das alterações à lei da imigração, com a CDS-PP a reclamar, através de Assunção Cristas, que os centristas foram os únicos a votar contra as alterações à lei da imigração, admitindo apresentar uma proposta própria para repor o consenso da legislação anterior, que envolvia PS e PSD.

Foi isso que fez hoje, no parlamento, o deputado social-democrata Luís Marques Guedes, apresentando um projecto de lei para revogar a alteração à lei de Julho, votada pela esquerda, PS, PCP, BE e PEV, para voltar a vigorar o diploma aprovado em 2007 e 2015 pelo PSD, PS e CDS.

A Norte, por Vila Nova de Gaia, andou hoje a campanha do PS sem o líder e primeiro-ministro, mas a secretária-geral adjunta, Ana Catarina Mendes, disse que não sente falta do socialista, dado que António Costa está a governar Portugal e tem dado "notícias de excelência" ao país.

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