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Ucrânia: Portugal deu proteção temporária a mais de 11 mil refugiados

17 de março de 2022 às 13:35

Foram criadas condições para que mais de 300 crianças refugiadas possam estudar em Portugal, afirmou embaixadora ucraniana.

A embaixadora da Ucrânia em Lisboa disse hoje que Portugal já concedeu o regime de proteção temporária a mais de 11 mil refugiados ucranianos, agradecendo às autoridades nacionais e a todos os portugueses "o apoio e solidariedade" demonstrado.

"Chegaram a Portugal mais de 11 mil ucranianos", indicou Inna Ohnivets num encontro promovido pela Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), precisando que 11.800 refugiados receberam o estatuto de proteção temporária que lhes permite arranjar trabalho e serem integrados em Portugal.

A embaixadora ucraniana adiantou que também foram criadas condições para que mais de 300 crianças refugiadas possam estudar em Portugal.

Na segunda-feira, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, disse que cerca de uma centena de crianças e jovens fugidos à guerra na Ucrânia se tinham matriculado na última semana em escolas portuguesas, sublinhando que o número deveria aumentar nos próximos tempos.

Segundo dados avançados à Lusa no mesmo dia pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Portugal tinha concedido 7.200 pedidos de proteção temporária a pessoas vindas da Ucrânia.

O país foi invadido pela Rússia a 24 de fevereiro e a ofensiva já matou pelo menos 726 civis e feriu mais de 1.170, incluindo algumas dezenas de crianças, tendo provocado a fuga de cerca de cinco milhões de pessoas, entre as quais 3,16 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

Sobre as negociações em curso entre a Ucrânia e a Rússia para pôr fim à guerra, Inna Ohnivets disse que as duas partes estão a "discutir a possibilidade de encontrar um compromisso", mas admitiu que é "um processo muito complicado" e que, por essa razão, não pode precisar "os pontos em discussão" propostos pela Ucrânia.

A embaixadora defendeu que as negociações visam um acordo que permita a "integridade territorial" da Ucrânia e "reconquistar as cidades capturadas pelas tropas russas", referindo-se à Crimeia e à região de Donbass.

"Temos [os ucranianos] a intenção de continuar a conquista de território ucraniano ocupado pelos russos", defendeu Inna Ohnivets, afirmando: "Estes territórios são nossos e precisamos de restaurar a integridade desses territórios".

A embaixadora ucraniana insistiu no que tem sido defendido pelas autoridades do seu país quanto à "insuficiência" das sanções que os países ocidentais têm aplicado à Rússia, defendendo que é "por isso que a Rússia continua a guerra" e apelando a que sejam aplicadas mais sanções à Rússia e que seja encerrado o espaço aéreo da Ucrânia.

"Se a Ucrânia cair [nas mãos dos russos], a Rússia vai continuar os ataques para outros países membros da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte]", insistiu a embaixadora, repetindo o que tem sido dito pelo Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

A crise dos refugiados ucranianos é a pior na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial, superando os estimados 2,4 milhões causados pelas guerras na ex-Jugoslávia, durante a década de 1990.

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