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Sindicato: Nunca se colocaria hipótese de Alexandra Reis ser indemnizada

Lusa 02 de maio de 2023 às 21:36

O dirigente sindical respondia a questões do deputado Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, sobre como viram a indemnização de 500.000 euros paga à Alexandra Reis, numa altura em que os trabalhadores sofrem cortes salariais.

O presidente do Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA) afirmou hoje que "nunca se colocaria em hipótese alguma que Alexandra Reis fosse indemnizada num cêntimo" ao abrigo do estatuto do gestor público.

"[Para receber indemnização] um administrador tem de estar no mínimo há 12 meses no cargo e só pode receber no máximo 12 meses de indemnização. Nunca se colocaria em hipótese alguma que a engenheira Alexandra Reis fosse indemnizada num cêntimo, porque não cumpre, cumulativamente desde logo, esses requisitos", afirmou André Teives, na comissão de inquérito à TAP.

O dirigente sindical respondia a questões do deputado Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, sobre como viram a indemnização de 500.000 euros paga à Alexandra Reis, numa altura em que os trabalhadores sofrem cortes salariais.

"A engenheira Alexandra Reis, enquanto esteve na TAP era corta, corta, corta, manda embora. [...] Viva a liberdade, já dizia o outro", respondeu André Teives.

Já questionado pela deputada socialista Cristina Sousa sobre os canais de diálogo entre a administração e os representantes dos trabalhadores, o dirigente sindical disse nunca ter visto o ex-presidente do Conselho de Administração, Manuel Beja.

"Temos de juntar o momento do doutor Manuel Beja com o momento da engenheira Christine [Oumières-Widener]. Um estava em Portugal e não aparecia e a outra, a engenheira Christine chegou e começou a fazer a volta ao mundo, podia ser 80 dias, mas não foi, foi mais", sublinhou André Teives, referindo-se a um périplo de cerca de dois meses que a ex-presidente executiva fez pelos locais onde a TAP tinha operação.

Para o representante sindical, esta falta de canais de diálogo levou a que "alguns colegas" tenham começado a recorrer à tutela para tratar de questões sobre a TAP.

Antes, na intervenção inicial, André Teives apontou que, em 2009, a TAP tinha 56 aviões e 7.000 trabalhadores e "hoje operou 97 aviões com 7.000 trabalhadores".

"Quem mantém, manteve e manterá a TAP no futuro é, sem dúvida, a resiliência, esforço e dedicação de todos os seus trabalhadores", afirmou.

Já relativamente ao negócio da compra de aviões Airbus, Teives lembrou que, em 30 de abril de 2020, o primeiro-ministro, António Costa, disse em entrevista à RTP que "o Estado português não só tinha conhecimento" do negócio, "como também havia autorizado todo o plano estratégico da TAP, onde se incluía a compra dos aviões".

O dirigente sindical ressalvou não saber se o Governo tinha conhecimento dos moldes em que o negócio foi feito, referindo-se aos chamados fundos Airbus, que terão financiado a capitalização feita pela Atlantic Gateway, de David Neeleman e Humberto Pedrosa, no processo de privatização de 2015.

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