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Rússia impõe proibição de voos comerciais para a Geórgia

08 de julho de 2019 às 19:22

Putin proibiu companhias aéreas comerciais de voar para a Geórgia na sequência de uma vaga de manifestações em Tiblissi após a comparência de uma delegação de deputados russo no parlamento georgiano.

A proibição de voos diretos entre a Rússia e a Geórgia imposta pelo Kremlin começou hoje, afetando milhares de passageiros e com um sério impacto negativo na indústria de turismo da ex-república soviética do Cáucaso do sul.

A interrupção dos voos teve efeito em dezenas de voos operados por seis companhias aéreas russas e uma linha aérea georgiana.

O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou em 21 de junho um decreto que proíbe companhias aéreas de transportar passageiros russos para a Geórgia na sequência de uma vaga de manifestações na capital da Geórgia após a comparência de uma delegação de deputados russo no parlamento georgiano.

Hoje, os deputados da Duma (câmara baixa do parlamento russo) consideraram a aplicação de novas medidas após um apresentador georgiano ter injuriado em direto pela televisão o Presidente russo.

Na noite de domingo, Giorgui Gabounia, apresentador da cadeia televisiva de oposição georgiana Roustavi 2, iniciou a sua edição semanal insultando copiosamente Putin em russo.

O país do Cáucaso do sul, com uma costa aprazível e conhecido pela qualidade dos seus vinhos, recebe anualmente mais de um milhão de turistas russos.

Em junho, milhares de pessoas convergiram para o parlamento da Geórgia em protesto pelas "posições pró-russas" do Governo de Tbilissi. A polícia utilizou balas de borracha e gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes que tentaram invadir o parlamento, e os confrontos provocaram 240 feridos.

Os protestos refletem os sentimentos anti-russos na Geórgia, que durante a presidência de Mikheil Saakashvili efetuou uma tentativa militar para retomar o controlo da província separatista da Ossétia do Sul, e que implicou uma guerra com a Rússia em 2008.

Na sequência do conflito, a Rússia reconheceu a independência da Ossétia do Sul e da Abkházia, outra região separatista da Geórgia, e instalou bases militares nesses territórios.

Os protestos de junho foram os mais intensos contra o movimento Sonho georgiano-Geórgia Democrática (Ko-DS, no poder desde 2012). A oposição acusa o esta partido e o líder, o bilionário Bidzina Ivanishvil, de favorecerem os interesses russos.

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