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PSD diz que críticas do PS ultrapassam o "aceitável"

24 de junho de 2015 às 15:47

Marco António Costa indicou que os socialistas têm "usado e abusado de uma linguagem" inapropriada para quem tem deveres políticos

O porta-voz do PSD apelou hoje a uma moderação da linguagem pelos socialistas, que acusou de, nos últimos dias, terem "ultrapassado largamente" o "aceitável" num partido com as "responsabilidades institucionais" do PS.

 

Em conferência de imprensa na sede do PSD, em Lisboa, Marco António Costa sublinhou que o secretário-geral do PS, António Costa, fez votos de uma "menor crispação" quando apresentou cumprimentos aos sociais-democratas após tomar posse.

 

"Acontece que o PS nos últimos dias tem usado e abusado de uma linguagem que ultrapassa largamente o que é aceitável num partido do arco da governabilidade e com as responsabilidades institucionais que o PS tem na democracia portuguesa", declarou, referindo-se nomeadamente à acusação de que o primeiro-ministro mentiu no parlamento sobre a situação dos portugueses mais vulneráveis.

 

Para Marco António Costa, aquilo que o primeiro-ministro e presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, disse no debate quinzenal na sexta-feira "é corroborado pela realidade dos factos", acusando os socialistas de usarem expressões e formular acusações "sem as fundamentar".

 

A vice-presidente da bancada do PS Sónia Fertuzinhos afirmou na terça-feira que os dados da Segurança Social referentes ao número de beneficiários do subsídio de desemprego demonstram que o primeiro-ministro "mentiu" quando negou que o seu Governo tenha atingido os cidadãos mais vulneráveis.

 

Marco António Costa referiu-se também às afirmações do secretário nacional-socialistas João Galamba, que acusou hoje o Governo de estar a procurar repetir "a burla" da campanha eleitoral de 2011 e o ministro da Segurança Social de "falsear" a interpretação sobre a evolução da taxa de desemprego em Portugal.

 

O porta-voz social-democrata pediu a João Galamba que "reflicta sobre o que se passou em 2009", quando se baixaram impostos, aumentaram funcionários públicos e as prestações sociais, para, logo a seguir às eleições, "o mesmo Governo do PS cortou muitas dessas medidas ou removeu muitas das que tinham sido tomadas".

 

"Sobre comportamentos erráticos e atitudes que são tomadas antes das eleições e depois das eleições tem muito para reflectir o PS quando lança este tipo de acusações", afirmou.

 

Questionado sobre se responsabiliza directamente António Costa pela linguagem e teor destas acusações, Marco António Costa respondeu: "Se não é o doutor António Costa que está a usar estas expressões, elas estão a ser usadas por dirigentes muito próximos dele e que seguramente só as usam porque, de alguma forma, sentem um conforto do secretário-geral do PS para usar este tipo de linguagem".

 

Afirmando não saber "o que terá provocado" este comportamento e dizendo querer acreditar não ser motivado por algum "nervosismo" pelas sondagens, o vice-presidente do PSD fez um "apelo muito sério para que seja moderada a linguagem" e rebateu as acusações sobre o emprego.

 

Marco António Costa afirmou que, apesar de o desemprego ter crescido muito a seguir ao pedido de ajuda externa, tem vindo a decrescer "de forma sustentada", passando de 17,5% para os atuais cerca de 13%.

 

"Hoje há menos desempregados do que existiam em 2011 quando foi anunciado o resgate e sabemos que a taxa de protecção social de desempregados, isto é, o número de desempregados inscritos nos centros de emprego que dispõem de qualquer tipo de apoio social, de protecção social, ou que estão envolvidos em medidas activas de emprego está 7% acima daquilo que aconteceu no passado", afirmou.

 

Segundo Marco António Costa, "há muito mais portugueses protegidos por acção do Estado do que em 2011".

 

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