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Papa quer ver padres abusadores castigados

21 de setembro de 2017 às 18:08

O papa Francisco prometeu hoje responder com "as medidas mais firmes possíveis" aos casos de padres que violaram ou molestaram crianças

O papa Francisco prometeu hoje responder com "as medidas mais firmes possíveis" aos casos de padres que violaram ou molestaram crianças e responsabilizar os superiores religiosos que os encobriram.

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Foto: Vincenzo Pinto/AFP/Getty Images
Foto: Giuseppe Ciccia/NurPhoto via Getty Images
Foto: Giuseppe Ciccia/NurPhoto via Getty Images

Francisco, que se reuniu hoje pela primeira vez com a comissão sobre abusos sexuais, anunciou que, daqui para frente, quando for provado que um religioso abusou de um menor, o acusado não poderá apresentar nenhum recurso e nunca será agraciado.

O papa, que tinha um discurso escrito, acabou por colocá-lo de lado para falar de algumas das preocupações que a questão suscita.

"A consciência da Igreja chegou um pouco tarde e quando a consciência chega tarde, os meios para resolver o problema chegam tarde", disse Francisco.

"Talvez a velha prática de mudar as pessoas de um lado para o outro em vez de confrontar o problema tenha mantido as consciências adormecidas", acrescentou.

O papa admitiu também que há atrasos na análise dos processos, afirmando que eles devem ser avaliados pela Congregação para a Doutrina da Fé, mas que é necessário contratar mais pessoas para "classificar os processos".

Francisco recusou por outro lado aceitar o prolongamento injustificado dos processos, afirmando que "se há provas, ponto final, [a sentença] é definitiva".

Da mesma forma, defendeu, alguém condenado por abuso sexual de menores "nunca" pode ser agraciado. Quem comete estes crimes, "está doente", e "dois anos passados pode voltar" a cometê-los.

Francisco reuniu-se hoje pela primeira vez com a comissão sobre abusos sexuais, criada em 2014 para aconselhar a Igreja Católica e o seu líder sobre as melhores práticas para afastar os pedófilos do sacerdócio e proteger as crianças.

A comissão, oficialmente designada Pontifícia Comissão para a Tutela de Menores, tem realizado sessões de trabalho em dioceses de todo o mundo, mas encontrou tal resistência na administração do Vaticano que o seu membro mais destacado, Marie Collins, vítima de abuso sexual na infância, se demitiu em março.

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