Secções
Entrar

MEE aconselha prudência a Portugal em promoções e aumentos na função pública

13 de junho de 2019 às 15:43

O Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) adverte no seu relatório anual que Portugal deve prosseguir políticas orçamentais prudentes à luz da sua elevada dívida pública.

O Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) adverte no seu relatório anual que Portugal deve prosseguir políticas orçamentais prudentes à luz da sua elevada dívida pública, aconselhando particular prudência com promoções e aumentos salariais na função pública.

As advertências do fundo de resgate permanente da zona euro constam do relatório anual de 2018, apresentado pelo diretor do mecanismo, Klaus Regling, e hoje aprovado pelo Conselho de Governadores do MEE, liderado pelo presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, por ocasião da sua sétima reunião anual, no Luxemburgo.

No capítulo dedicado a Portugal, o relatório conclui que "a contínua avaliação da capacidade de reembolso (dos empréstimos) de Portugal sugere que não há riscos relacionados com o reembolso do que resta saldar do empréstimo do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF)" (o antecessor do MEE, que participou no ‘resgate’ ao país entre 2011 e 2014).

Porém, alerta, a elevada dívida pública do país "continua a ser uma vulnerabilidade importante e a sua trajetória descendente permanece frágil devido a um crescimento fraco, à fadiga orçamental e ao envelhecimento da população".

"Devem por isso ser prosseguidas reformas estruturais e políticas orçamentais prudentes, de modo a promover o crescimento a longo prazo e aumentar a resistência a choques. O impacto de políticas expansionistas, tais como o restabelecimento de promoções de funcionários públicos e respetivos aumentos salariais, ou aumentos do salário mínimo, devem ser cuidadosamente monitorizadas", aconselha o Mecanismo Europeu de Estabilidade.

O MEE alerta ainda que, "apesar de uma trajetória descendente consistente, o nível elevado de crédito malparado no setor bancário e a fraca rentabilidade representam os maiores desafios que o setor bancário enfrenta".

Em termos mais gerais, o relatório nota que "a economia portuguesa continuou a crescer, com alguma desaceleração", atribuída sobretudo a fatores externos, e adverte que "disputas comerciais e o 'Brexit' podem ter um impacto", necessariamente negativo, "em futuros desenvolvimentos económicos".

Sublinhando a trajetória de redução do défice (que se fixou nos 0,5% do Produto Interno Bruto, abaixo da meta dos 0,7%), o relatório saúda também os "desenvolvimentos positivos no mercado laboral", com o desemprego a estabilizar nos 6,6% no final de 2018.

"Além disso, o desempenho orçamental e o acesso favorável ao mercado permitiu a Portugal pagar antecipada e integralmente o seu empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI)", aponta o relatório, lembrando que "Portugal também se comprometeu com um reembolso antecipado do empréstimo do FEEF de dois mil milhões de euros entre 2020 e 2023, condicionado às condições de mercado e ao impacto na sustentabilidade da dívida", a serem avaliados na altura.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela