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Medidas de Trump afastam Mo Farah da "Meia" de Lisboa

02 de fevereiro de 2017 às 16:34

Bicampeão olímpico decidiu não participar na meia-maratona de Lisboa, agendada para 19 de Março, por receio de não poder regressar aos EUA

O atleta britânico de origem somali Mo Farah, bicampeão olímpico dos 5 e 10 mil metros, decidiu não participar na meia-maratona de Lisboa, agendada para 19 de Março, por receio de não poder regressar aos Estados Unidos, onde vive. "O Mo Farah, que está a fazer um estágio em altitude na Etiópia, ia ser a cabeça de cartaz da prova. Infelizmente, quando estávamos a negociar, teve conhecimento de que poderia não ser autorizado a regressar aos EUA devido à nova legislação", explicou o presidente do Maratona Clube de Portugal, organizador da prova. Segundo Carlos Móia, "apesar de agora os problemas poderem estar a ser ultrapassados, numa primeira fase, o atleta ficou transtornado, não se sentia bem psicologicamente e acabou por desistir".

 

Desde 27 de Janeiro que vigora nos Estados Unidos um decreto-lei sobre a protecção da nação contra a entrada de terroristas estrangeiros, que proíbe durante 90 dias a entrada de cidadãos de sete países considerados de risco por Washington: Irão, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iémen. A medida tem provocado a indignação dentro dos EUA e sido criticada em grande parte do mundo.

 

Mo Farah, de 33 anos, já manifestou a sua indignação contra o decreto-lei promulgado pelo presidente norte-americano Donald Trump, afirmando que se sentia "um extraterrestre". "A 1 de Janeiro deste ano, sua majestade a Rainha [de Inglaterra] fez-me Cavaleiro do Reino. A 27 de Janeiro, o presidente Donald Trump parece ter-me tornado num extraterrestre", escreveu Mo Farah nas redes sociais.

 

O atleta, que venceu a meia-maratona de Lisboa em 2015, considerou que a política de Donald Trump é contrária "aos ideais de compaixão e compreensão e promove o ódio e o isolacionismo". "Sou um cidadão britânico, que viveu na América nos últimos seis anos -- trabalhando duro, contribuindo para a sociedade, pagando os meus impostos e fazendo crescer as nossas quatro crianças num lugar ao qual agora chamam casa. Agora, a mim e outros como eu, está-nos a ser dito que se calhar não somos bem-vindos", lamentou.

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