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Jerónimo fala de resultado "particularmente negativo" da CDU

26 de maio de 2019 às 23:50

Jerónimo de Sousa sublinhou que "as eleições legislativas de outubro próximo serão um momento decisivo" e que "o resultado de hoje deve constituir um sinal de alerta".

O secretário-geral do PCP declarou domingo que o resultado eleitoral da CDU foi "particularmente negativo" para os interesses dos trabalhadores, do povo e do país, reconhecendo a quebra face aos três eurodeputados eleitos em 2014.

Jerónimo de Sousa, no centro de trabalho comunista Vitória, em Lisboa, sublinhou que "as eleições legislativas de outubro próximo serão momento um decisivo" e que "o resultado de hoje deve constituir um sinal de alerta", embora sem querer fazer futurologia sobre futuros resultados ou eventual repetição da atual posição conjunta assinada com o PS em outubro de 2015.

A CDU tinha obtido há cinco anos o seu segundo melhor resultado de sempre em sufrágios europeus, sendo a terceira força política mais votada, com 12,7%, e três mandatos conquistados. Segundo as projeções e resultados oficiais já conhecidos a CDU vai perder pelo menos um dos lugares em Bruxelas e Estrasburgo, vendo o BE assumir-se como terceira força política mais votada.

"O resultado da CDU não só é particularmente negativo para a defesa dos interesses do povo e do país no Parlamento Europeu, como não corresponde, quer ao ambiente de apoio expresso durante a campanha, quer ao reconhecimento que continuadamente foi feito do trabalho da CDU e da contribuição decisiva de PCP e PEV para o percurso de avanços nas condições de vida alcançados nestes três anos e meio", disse o líder comunista.

Jerónimo de Sousa vincou que "se as eleições agora realizadas se revestiam de inegável significado, as eleições legislativas de outubro próximo serão um momento decisivo para determinar o rumo da vida política nacional e a vida do povo português nos próximos anos".

"O resultado de hoje deve constituir um sinal de alerta para todos quantos têm na sua mão o poder de decidir se querem, com o reforço da CDU, fazer avançar o país e suas vidas ou se querem andar para trás e correr o risco de andar para trás e perder o que se conquistou em direitos, salários, pensões e reformas", continuou.

O líder do PCP afirmou ainda que "ninguém tem dúvidas que, durante meses, campeou a mentira, a difamação, a desvalorização e apoucamento da CDU e da sua campanha, o que teve consequências", pois tais investidas foram "desferidas por importantes órgãos de comunicação social com os seus comentadores de serviço", algo que terá provocado "desgaste" e "afastou pessoas, com base nos preconceitos".

Questionado sobre o facto de o acordo após as legislativas de 2015 com os socialistas ter tido consequências negativas em termos de adesão eleitoral à CDU, Jerónimo de Sousa reconheceu que tal pode ter acontecido com alguns dos cidadãos eleitores.

"Quanto a fatores internos, aquilo que podemos dizer, em relação a nova fase da vida política nacional, é que pode ter acontecido que, naturalmente, apesar da iniciativa do PCP e do PEV na Assembleia da República, o PS tenha capitalizado alguma coisa e que muitos portugueses se sentiram aliviados, depois daquele Governo PSD/CDS e todas as malfeitorias que realizou", afirmou.

Segundo o secretário-geral comunista, "naturalmente, isto pode ter influenciado muitos portugueses que, numa fase de medos, de dramas, de repente ficaram mais aliviados".

Contudo, Jerónimo de Sousa considerou que a "campanha" da CDU foi "extraordinária", embora "o resultado" seja "negativo".

"Em termos de eleições nada está perdido para todo o sempre.

A CDU durante 15 anos sempre teve só dois deputados. Temos de reconhecer que é uma dificuldade para a nossa luta, mas não é um resultado eleitoral que abala as nossas convicções e o compromisso de estar com os trabalhadores e o povo seja nas horas boas ou nas horas más", prometeu.

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