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Clima: Escolas fechadas e ruas cortada na segunda semana de protestos de ativistas

Lusa 05 de maio de 2023 às 22:22

Os ativistas têm dito que só vão parar as ocupações quando obtiverem pelo menos 1.500 assinaturas de pessoas que se comprometam a participar numa ação contra o gás natural, marcada para dia 13 no porto de Sines.

Escolas fechadas temporariamente e ruas cortadas em Lisboa marcaram a segunda semana de protestos dos jovens do movimento "Fim ao Fóssil. Ocupa!", exigindo o fim dos combustíveis fósseis até 2030 e eletricidade 100% renovável e acessível até 2025.

FILIPE AMORIM/LUSA

Desde 26 de abril os jovens ocupam vários estabelecimentos de ensino e promovem diversas ações para chamar a atenção para a emergência climática, dando como exemplo de alerta em vários momentos o facto de abril ter sido o mês mais quente de que há registos.

Os ativistas têm dito que só vão parar as ocupações quando obtiverem pelo menos 1.500 assinaturas de pessoas que se comprometam a participar numa ação contra o gás natural, marcada para dia 13 no porto de Sines.

Num balanço da semana feito à Lusa, a porta-voz do movimento, Teresa Núncio, recordou que os jovens fecharam as escolas António Arroio e Camões e provocaram disrupções na Faculdade de Letras e na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, com ações idênticas no Porto, Coimbra e Algarve, num total de 12 ocupações.

Ainda em Lisboa, os jovens "ocuparam e fecharam a torre principal" da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e na Faculdade de Belas Artes "a ocupação foi recebida com solidariedade da direção", com pessoas a inscreverem-se para a ação de dia 13.

"A nível de sociedade civil, as inscrições subiram e estamos a ter reuniões estratégicas com professores e outros aliados, para fazer coligações. Tudo o que desmobiliza é repensado para que o movimento se regenere e reinvente e a ação não pare", afirmou a responsável, acrescentando que o fim de semana será para descansar, mas que as ações continuam na próxima semana.

Nesta semana, disse Teresa Núncio, a escola António Arroio esteve fechada dois dias, com muitos estudantes solidários com o protesto, fizeram-se manifestações também nas escolas Rainha Dona Leonor e Dona Luísa de Gusmão (aqui com os bombeiros a terem de intervir), e no Liceu Camões interromperam-se aulas para fazer debates e palestras.

Numa semana em que os protestos não tiveram grande visibilidade mediática, os jovens fizeram outro género de protesto, saindo das escolas e sentando-se nas ruas, parando o trânsito momentaneamente no Campo Grande, Saldanha e Estefânia, Praça de Espanha e São Sebastião, sublinhou Teresa Núncio.

Ao longo da semana, os jovens montaram tendas dentro dos estabelecimentos de ensino, ou perto quando não o puderam fazer dentro, fizeram "cantinas solidárias" e promoveram discussões. Na Faculdade de Letras, recordou a porta-voz, os alunos chegaram a ocupar o gabinete do diretor.

Foi nesta Faculdade que hoje mesmo, durante a manhã, os jovens colocaram uma estrutura em madeira, na qual uma estudante se pendurou. A polícia esteve no local e o movimento recebeu o apoio de professores, disse.

"Todos os dias reavaliámos as condições e replaneámos os seguintes. Todos os dias nos inspiramos em fotos e notícias de ocupações pelo resto do mundo. Todos os dias discussões essenciais tiveram lugar, mentalidades mudaram, aulas pararam. Demos o corpo ao manifesto e todos os dias o número de inscritos na ação direta mais disruptiva e criativa que o país já viu cresceu", disse Teresa Núncio, embora admitindo que o número de assinaturas, 200, está ainda longe das 1.500.

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