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António Costa disponibiliza aos Açores "todos os meios" necessários para crise sísmica

23 de março de 2022 às 16:10

A atividade sísmica que se regista desde a tarde de 19 de março na ilha de São Jorge "continua acima do normal".

O primeiro-ministro, António Costa, disponibilizou hoje aos Açores "todos os meios da República que sejam necessários" na crise sísmica na ilha de São Jorge.

"Falei com o presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, para ponto de situação na ilha de São Jorge e disponibilidade de todos os meios da República que sejam necessários, para além do apoio que Forças Armadas e @ipma_pt têm assegurado", escreveu António Costa, numa mensagem publicada na sua conta na rede social Twitter.


O primeiro-ministro indicou ainda que que se vai manter "em contacto direto e permanente" com o presidente do executivo regional, de coligação PSD/CDS-PP/PPM, 24 horas por dia e sete dias por semana.

A atividade sísmica que se regista desde a tarde de sábado na ilha de São Jorge "continua acima do normal", tendo sido "sentidos 20 sismos" desde a noite de terça-feira e até hoje de manhã, revelou o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA).

No seu mais recente comunicado sismológico, o Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, que cita o CIVISA, revelou que os 20 sismos tiveram magnitude que variou entre 1,6 e 2,7 na escala de Richter e foram sentidos com a intensidade máxima de III/IV (Escala de Mercalli Modificada).

De acordo com a escala de Richter, os sismos são classificados segundo a sua magnitude como micro (menos de 2,0), muito pequenos (2,0-2,9), pequenos (3,0-3,9), ligeiros (4,0-4,9), moderados (5,0-5,9), forte (6,0-6,9), grandes (7,0-7,9), importantes (8,0-8,9), excecionais (9,0-9,9) e extremos (quando superior a 10).

A escala de Mercalli modificada, segundo o site do IPMA, divide-se em doze categorias: I -- impercetível, II -- muito fraco, III -- fraco, IV -- moderado, V -- forte, VI -- bastante forte, VII -- muito forte, VIII -- ruinoso, IX -- desastroso, X -- destruidor, XI -- catastrófico, XII -- danos quase totais.

Na terça-feira, o secretário regional da Saúde revelou que o Governo Regional dos Açores está a preparar cenários de retirada de pessoas da ilha de São Jorge, caso a crise sísmica se agrave.

Por outro lado, Clélio Meneses, que tutela também a Proteção Civil, anunciou a deslocação dos utentes internados no Centro de Saúde das Velas, que está mais próximo dos epicentros dos sismos, para o Centro de Saúde da Calheta, na outra ponta da ilha de São Jorge, "no sentido de precaver qualquer situação que torne mais difícil a movimentação, a mobilidade e alguma evacuação".

Também está a ser identificado, em colaboração com a Câmara Municipal das Velas, "o número de pessoas com mobilidade afetada, para terem uma proteção acrescida".

Clélio Meneses disse ainda que o executivo açoriano entrou em contacto a Atlânticoline, empresa pública responsável pelo transporte marítimo de passageiros nos Açores, e com as Forças Armadas "para a necessidade de ser emergente" retirar pessoas.

Já foram enviados meios humanos do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) e do CIVISA para a ilha de São Jorge e estão a ser "preparados bombeiros de outras ilhas para a necessidade de terem de se deslocar" para aquela ilha.

Seguiram também para São Jorge "um reboque multivítimas, equipamento de busca e intervenção em estruturas colapsadas, detetores de soterrados, câmaras de buscas e equipamentos de estabilização".

Hoje, em conferência de imprensa, o presidente da Câmara Municipal das Velas revelou também que foram mobilizados mais meios aéreos para a eventualidade de serem necessários.

Caso serem necessários, estão "mais um helicóptero e um avião estacionados na Base das Lajes", além do "navio que está a chegar à ilha de São Jorge", adiantou, acrescentando que está também a ser preparado um campo militar, que ficará localizado no concelho da Calheta.

O autarca identificou como a "área mais crítica a zona entre as Velas e os Terreiros, onde residem três mil pessoas", sendo que o concelho tem cinco mil habitantes.

"A parte norte será menos ou não será afetada, sendo o corredor privilegiado para as pessoas serem deslocadas para o concelho da Calheta", referiu o autarca.

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