À extrema-direita não pode ser permitido que finja ser (a única) defensora da ordem pública e das forças de segurança. Afinal, a ordem pública e as forças de segurança também se defendem com a coesão social e os direitos humanos.
Os dados revelam grandes diferenças em Portugal e nos EUA, no que toca à educação e população prisional. No nosso país, ainda está por arrancar o inquérito do INE sobre discriminação racial.
João Pedro Adrião, adepto do Boavista agredido pela PSP, conta à SÁBADO que "nada será como dantes." Ficou sem o olho direito, não dorme sem medicação, cancelou o casamento e não pôde voltar a trabalhar.
A inspectora-geral da Inspecção-geral da Administração Interna recusa que os polícias portugueses sejam racistas e diz que o relatório da ECRI é injusto.
A denuncia foi feita por um agente do Corpo de Intervenção da PSP, que garante que agentes da autoridade usam tatuagens e simbologias 'neonazis', pertencem a grupos assumidamente racistas e as organizações sabem e nada fazem.
Está também prevista a divulgação de um manual de acção policial.
"É preciso encarar este problema de frente e é preciso não permitir a impunidade racista" em Portugal, aponta Martins.
"O relatório refere-se a factos [passados] entre 2012 e 2016 e identifica algumas questões pontuais em que iremos, certamente, fazer ainda melhor", afirmou.
Um dos elementos da delegação do Comité Europeu para a Prevenção da Tortura que visitou prisões portuguesas em Fevereiro do ano passado considerou que ainda "há muito para fazer" para melhorar as condições dos reclusos e das prisões.
