18 anos de SÁBADO. A palavra de três ex-diretores
Miguel Pinheiro, Rui Hortelão e Eduardo Dâmaso assinalam o 18.º aniversário da SÁBADO.
Miguel Pinheiro, Rui Hortelão e Eduardo Dâmaso assinalam o 18.º aniversário da SÁBADO.
A acusação do Ministério Público não é uma sentença. Mas o seu conteúdo permitirá formar uma opinião mais sustentada entre o que foi investigado, o que até pode ser verdade e o que, na realidade, tem condições para ser provado em tribunal
Apesar de todos os méritos, o inexplicável continua a ser porque insistem alguns – como Carlos Costa e todos os que o apoiam – em fazer-nos acreditar que o “Banco de Portugal não dispunha de dados” para prevenir ou até, quem sabe, evitar a derrocada do BES
Em Portugal, há um governante que escondeu dados sobre offshores; um Governo que resiste a fazer uma auditoria forense à CGD; e um líder espiritual da esquerda que aceita dar apoio a um governador que classificou de “um perigo para Portugal”
É economia, estúpido! É política, estúpido! É Portugal, onde qualquer cidadão de bem se arrisca a ser tratado como estúpido! Seja com erros de percepção mútuos ou com a falta de transparência que deixa voar 10 mil milhões
Tudo é óbvio, mas ninguém quer ver. Obviamente, o Governo tem-se esforçado por poupar Domingues e este retribui com um silêncio estratégico e valioso. Obviamente, o ministro das Finanças terá de se demitir se surgir algo que belisque o que disse segunda-feira, 13
O sistema financeiro está há muito refém de uma pequena elite, articulada por laços de confiança e cumplicidade. E pelos quais estão também já amarrados muitos outros, o que talvez explique a indiferença para com casos como o de Luís Costa Ferreira
Os acordos em casos de fraude fiscal têm enchido os cofres do Estado, mas os milhões ganhos na recolha de impostos não compensam tudo. Será que não pode acontecer o mesmo em processos como o Monte Branco e a Operação Marquês?
A Assembleia da República representa os cidadãos, mas quando quer saber mais da CGD, Governo e Banco de Portugal recusam mostrar. Apesar de há meses ter recomendado uma auditoria forense ao banco público, também ainda nada foi feito
“Os desafios futuros do sistema bancário português”, titula Carlos Costa. Como se as soluções não fossem urgentes. Como se não estivesse em funções há seis anos, quando BES e Banif desapareceram, como se não houvesse problemas no NB e na CGD
Foi grande e nunca aceitou ser pequeno, mesmo quando o foi. Portugal não é hoje o que ele sonhou e menos o que prometeu. Mas este não é momento de revisitar a História. É o tempo de assumir a responsabilidade de preservar o que de melhor ele ajudou a construir
Só ao longo do ano será perceptível se o Presidente encara as prioridades que enumerou como meros alertas, que se vão sucedendo a cada ano. Ou se será tão diferente dos antecessores como foi no tradicional primeiro mergulho do ano no mar
Cumprir a tradição na mensagem de Natal seria ter de explicar o caminho e pronunciar-se sobre o que aí vem, mas António Costa repetiu a estratégia que lhe tem trazido sucesso: fez diferente, inovou e focou as atenções longe dos temas mais desconfortáveis
O problema do terror continua sem solução à vista. Este não é um combate entre soldados, é uma guerra de cidadãos. De homens e mulheres, que parecem iguais e não são, que parecem diferentes mas não é por isso que são mais perigosos
Por mais dores de cabeça que dê a muitos, a aliança estratégica de António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa é uma mais-valia nacional. Visível na solução dos lesados do BES e, por exemplo, no relevantíssimo tema da incumprida Lei das Finanças Locais
Já tínhamos a certeza de que Carlos Costa podia ter evitado destruir o BES. E percebido o irrealismo dos cenários projectados. Restava a expectativa de que as perdas dos contribuintes fossem minimizadas na venda do Novo Banco. Não vão ser, antes pelo contrário