
Escolas. "Falta de professores ainda é o maior problema"
Associações de diretores continuam a acreditar que falta valorizar carreiras, e veem a reestruturação do Ministério da Educação com um misto de otimismo e apreensão.
Associações de diretores continuam a acreditar que falta valorizar carreiras, e veem a reestruturação do Ministério da Educação com um misto de otimismo e apreensão.
De acordo com Manuel Pereira, durante os dois turnos em que se realizaram hoje as provas de Matemática - o primeiro às 09h30 e o segundo às 12h - o programa bloqueou várias vezes, houve casos em que foi necessário reiniciar, noutros a página da prova fechava ou o menu das perguntas desaparecia.
O mais recente concurso do Governo tem como objetivo colocar 287 mediadores linguísticos e culturais nas escolas com uma maior percentagem de alunos estrangeiros que não fazem parte da CPLP, de forma a facilitar a sua integração.
Além da falta de professores, Filinto Lima alerta para a existência de 451 escolas sinalizadas por necessitarem de obras de requalificação.
Este ano letivo ficou marcado pela falta de docentes. Os representantes dos diretores das escolas públicas apontam à SÁBADO os principais problemas dos estabelecimentos de ensino e soluções que combatem a falta de professores e que devem ser aposta para o próximo ano.
"A única coisa que pomos em causa é a incapacidade de algumas escolas de garantirem princípios constitucionais como a igualdade e a equidade", diz a SÁBADO Manuel António Pereira, presidente da Associação Nacional de Diretores Escolares (ANDE).
Computadores foram cedidos pelo Ministério. Quando ficam fora da garantia, o custo do arranjo passa para as famílias que, muitas vezes, se recusam a pagar.
Poucos professores aderiram à nova greve do STOP, indicam associações de diretores escolares. Filinto Lima (ANDAEP) acusa indiretamente Pestana de banalizar a greve, que decorrerá de guerra interna no STOP e MAS pela criação de novo partido político.
Diretores dos agrupamentos escolares acreditam que a crescente digitalização dos manuais contribuiu para a diminuição da sobrecarga dos alunos em Portugal. Para as associações de pais, o peso continua a ser excessivo.
No arranque do ano letivo, a informação prestada às escolas era que os alunos do 3º e 4º ano não iam ter de devolver os manuais escolares. No final do ano letivo os pais receberam uma indicação contrária, já depois de as crianças terem usado os livros. Agora correm o risco de ter de os pagar.
Dirigentes de associações de professores acusam o Ministério da Educação de sobrecarregar as escolas, e dizem que serviços mínimos "não dão sinais positivos" às negociações.
Os docentes vão continuar em protesto nas próximas semanas, altura em que deveriam lançar as notas de milhares de alunos.
Algumas famílias já tinham comprado equipamentos para os estudantes quando o apoio chegou e outras recusam-se a assumir a responsabilidade por eventuais danos nos equipamentos.
Há cerca de 10 mil alunos que entram agora nas férias de Natal sem terem tido aulas a todas as disciplinas por falta de professores.
Este ano, já se reformaram quase 1.600 docentes e os sindicatos estimam que irão ser mais de dois mil até ao final de dezembro.
Alguns diretores ponderam abandonar o cargo que os obriga a estar alerta 24 horas por dia para garantir o funcionamento, em segurança, das escolas durante a pandemia de covid-19.