Dos 60 mil médicos do país, "só 31 mil é que estão no SNS e, destes, 10 mil são médicos internos, em formação", adianta a FNAM.
Estudo dirigido especificamente a internos refere que 35,5% dos médicos iniciou apoio psicológico ou psiquiátrico durante o internato.
Depois do primeiro ano de internato jovens profissionais estão cada vez mais afastados do SNS. Degradação da formação nos hospitais públicos também pesa, reconhece a Associação de Estudantes de Medicina que celebra este sábado 40 anos.
Daniel Cardoso tem 24 anos, é médico interno – dos mais novos – e não hesita em dar a cara pela luta. Defende a paralisação desta semana, nos dias 23 e 24. Para o ano sabe que será a doer, com maior carga horária no hospital, longos turnos nas urgências e baixos salários.
Protesto foi convocado pelo Sindicato Independente dos Médicos, que exige melhores salários e a valorização profissional para efeitos de progressão na carreira.
Entre as 19 especialidades, constam internos que estão a fazer a sua formação especializada no CHULC em ginecologia e obstetrícia, anestesiologia, cirurgia cardíaca e geral, oncologia, pediatria, radiologia, gastroenterologia e ortopedia.
Jovens médicos internos abandonados e sem trabalho pago. Cirurgiões em revolta contra 1.000 horas extra. E doentes urgentes que esperam seis horas - e que pioram antes de serem vistos pelos clínicos.
A JSD questionou o Governo sobre "várias situações" em que médicos internos não receberam os apoios que o Governo decretou que eram devidos em caso de infeção.
Aos 10 médicos que entram ao serviço esta semana, foi anunciado ainda um reforço de 80 médicos internos e mais 40 que estão em formação. Objetivo é reforçar hospitais durante as férias dos funcionários.
Dos 60 clínicos, 15 escolheram já a área de especialização, sendo que sete vão fazer internato na medicina interna, dois em pediatria e os restantes em anatomia patológica, cardiologia, ginecologia-obstetrícia, ortopedia, patologia clínica e psiquiatria.
Médicos internos denunciam que são "pressionados" a trabalhar numa urgência com uma equipa de apenas dois elementos, quando o mínimo exigível seria quatro.
Depois da ameaça de greve feita pelos médicos internos, a presidente do CDS-PP afirmou que o "governo está a colher o que semeou".
Comissão nacional de médicos internos do SIM já se manifestou indignada com declarações recentes da ministra da Saúde que "reforçam uma eventual proposta para a obrigatoriedade" de os internos ficarem no SNS após a conclusão do internato da especialidade.
O Sindicato Independente dos Médicos garante que a proposta a obrigatoriedade de permanência dos médicos no SNS, revelada pela ministra da Saúde, nunca foi discutida com os sindicatos.
Novos médicos juntam-se aos 80 que agora iniciam a sua formação aos 128 que já se encontram nesta situação.
Quanto ao crescimento de médicos no Serviço Nacional de Saúde que tem sido referido pelos dados oficiais, o bastonário frisa que são sobretudo médicos internos, ainda em formação.
