
Odemira: Um ano depois, nada mudou
Passado um ano da “cerca sanitária” no concelho alentejano, nem uma única habitação foi construída para os trabalhadores migrantes. E quase não há casas para turismo.
Passado um ano da “cerca sanitária” no concelho alentejano, nem uma única habitação foi construída para os trabalhadores migrantes. E quase não há casas para turismo.
Anos seguidos de seca, uma barragem que perde 40% da água, enormes eucaliptais e áreas de rega que não param de crescer – assim desaparece a água ao longo de 140 km.
Já lhe chamaram a “Califórnia da Europa”. Mas um surto de Covid-19 revelou o lado “faroeste” do novo eldorado agrícola português. O negócio de milhões em exportações, que necessita de milhares de braços de trabalho importados, foi capturado por apenas uma multinacional: a Driscoll’s. Enquanto houver água. Viagem aos bastidores da exploração em Odemira.
Governo e município de Odemira assinaram no início do mês um memorando para concluir Estratégia Local de Habitação. O objetivo é identificar "todas as situações de carência habitacional".
Imigrantes que estavam na Pousada da Juventude foram realojados no complexo turístico. Pousada de Almograve está agora preparada para receber pessoas que testem positivo à covid-19 e, neste momento, estão no Zmar 24 trabalhadores agrícolas.
Empresas como a Vitacress apontam que as más práticas são de uma minoria de produtores e dizem que alertaram para a escassez de habitação. Agricultura na região fatura 230 milhões de euros por ano.