
Ricardo Salgado vai a julgamento por fraude fiscal
O ex-presidente do BES e o primo Manuel Fernando Espírito Santo Silva terão lesado o Estado em cerca de 5,5 milhões de euros.
O ex-presidente do BES e o primo Manuel Fernando Espírito Santo Silva terão lesado o Estado em cerca de 5,5 milhões de euros.
O antigo primeiro-ministro está em tribunal no âmbito do processo BES. Explicou como Ricardo Salgado lhe pediu ajuda para influenciar o Banco de Portugal e de como se negou a pedir ao banco público que financiasse o GES.
Pedro Passos Coelho era chefe de Governo à data do colapso do BES/GES, no verão de 2014, e a sua inquirição tinha chegado a ser agendada para 30 de outubro passado.
Álvaro Sobrinho, prestes a ser julgado no processo do BESA, não tem cidadania portuguesa há cerca de 40 anos mas usa documentos nacionais.
O ex-presidente do BES foi o primeiro a ser identificado no julgamento, tendo depois seguido para casa.
O ex-banqueiro chegou a tribunal visivelmente debilitado, tendo abandonado a sala de audiências depois de ser identificado pela juíza.
O ex-banqueiro, Ricardo Salgado, e outros principais arguidos no caso BES/GES vão começar a ser julgados esta terça-feira. Da queda do Banco Espírito Santo aos lesados, até quem é a juiza que irá presidir o julgamento, saiba tudo sobre este megaprocesso.
Segundo o Ministério Público, a derrocada do GES terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.
Ricardo Salgado "não apresenta capacidade cognitiva para participar de forma competente em qualquer sessão judicial", indica último relatório médico sobre o antigo banqueiro.
O ex-banqueiro viu cair dois crimes de falsificação de documento e um de infidelidade da lista de 65 crimes pelos quais tinha sido acusado pelo MP em 2020.
A posição consta de um despacho num processo cível do Estado contra o ex-banqueiro e a sua mulher, na sequência da coima de 3,7 milhões de euros aplicada pelo Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão.
A acusação do processo BESA foi conhecida em julho de 2022 e respeita à concessão de financiamento pelo BES ao BESA, em linhas de crédito de Mercado Monetário Interbancário (MMI) e em descoberto bancário.
Considerando não haver "nenhumas provas" de corrupção de Ricardo Salgado, Francisco Proença de Carvalho vincou que "a corrupção tem de cair por terra" e descreveu como "ridícula" a acusação do Ministério Público.
Ex-ministro da Economia está a ser julgado no caso EDP por corrupção passiva para ato ilícito, corrupção passiva, branqueamento e fraude fiscal.
Ricardo Salgado já foi alvo de perícias neurológicas no final do ano passado, que confirmaram a existência de doença neurológica do ex-banqueiro.
Quase sete meses após o início das sessões no tribunal, cabe ao MP iniciar as suas alegações finais a partir das 9h30, expondo os seus argumentos após a fase de produção de prova.