Os despojos de Abril - I have a dream!
Embora seja agora perfeitamente evidente que não há conquistas civilizacionais (sociais e políticas) irreversíveis, há que não entrar em desesperos e desânimos.
Embora seja agora perfeitamente evidente que não há conquistas civilizacionais (sociais e políticas) irreversíveis, há que não entrar em desesperos e desânimos.
Os filhos e netos dos derrotados em 28 de setembro de 1974 e no 11 de março de 1975, estão aí em força e com desejos de vingança. E há demasiada gente que não consegue compreender que assim é, ou sequer perceber que esse problema existe.
A ignorância é mesmo muito bruta - em todos os sentidos da palavra - mas, para mal de todos nós, rende. E, muito particularmente, rende votos, especialmente quando a ela se alia o medo (que tantas vezes é profundamente irracional).
Em boa verdade, a destituição do último Imperador do Ocidente acabou por acontecer naturalmente mercê de desentendimentos entre grupos de mercenários que já pululavam há cerca de um século no vasto território da zona ocidental de um Estado, dotado de uma formidável organização político-administrativa.
Da mesma maneira que a publicação de "índices de percepção" acerca da corrupção não fazem qualquer mossa no desenvolvimento dessa nociva actividade económico-social, a propaganda sobre a "insegurança" de nada serve no que respeita ao combate à criminalidade.
Será que existe respeito pelas mulheres quando, perante a evidente falência do sistema judiciário no seu todo - logo, também do sistema judicial - em proteger a vida e a integridade física e mental das vítimas de violência em ambiente familiar (maioritariamente mulheres e crianças) e das vítimas de violência de género, nada se faz para alterar essa situação?
É evidente que o crime tem de ser combatido e que as questões da imigração não podem continuar, como até aqui, a ser deixadas ao cuidado da "mão invisível do mercado".
Apesar de muitas vezes me ter sentido e continuar a sentir-me "a voz que clama no deserto", não sigo o caminho daquele que nós ocidentais chamamos São João Baptista.
Por mais voltas que lhe queiram dar, na decisão final do acórdão do Tribunal Constitucional de 24 de abril de 2018, não está escrito que a proibição do anonimato da doação terá efeitos retroactivos.
Neste terrível e tenebroso tempo em que nos é dado viver, é muito mais avisado perguntar o que estamos dispostos a fazer pelo Mundo e pelas gerações vindouras e não apenas pelo nosso País.
Infelizmente, ainda há quem não consiga perceber a real natureza desses inimigos da Democracia e do Estado de Direito e continue a prestar-lhes a ajuda que já prestaram no passado.
Está a ficar cada vez mais perceptível para toda a Comunidade internacional que os crimes bárbaros praticados pelo Hamas no passado dia 7 de outubro de 2023 visavam exclusivamente desencadear a onda de atroz violência indiscriminada que está a ser desenvolvida pelas forças militares na Faixa de Gaza.
O mais novo dos reféns israelitas terá 9 meses, os mais velhos são octogenários. Vários são pacifistas. Todos têm familiares envolvidos em campanhas para os resgatar, mas o país divide-se sobre qual é a melhor forma de os tirar de Gaza com vida.
A JMJ provou, mais uma vez, que somos capazes de organizar grandes eventos, mas também, o que para mim é muito importante, que Portugal é um dos mais pacíficos países do Mundo.
As famílias, tal como as várias igrejas, são muitas vezes - demasiadas vezes - a origem de perturbações mentais de seres humanos mais frágeis, ou se calhar tornados frágeis pelos abusos de que foram vítimas na sua mais tenra idade. E as consequências são, geralmente, trágicas.
Confesso que não é fácil oferecer a outra face a quem nos agride e amar aqueles que nos insultam e escarnecem - e, no final, até matam, usando para tanto um meio tão horrivelmente doloroso como é a crucificação. Eu não o consigo fazer e essa foi uma das razões pelas quais deixei de ser católico.