Subvenções. PS perde um milhão anual e Chega ganha mais €924 mil
BE perde 514 mil euros e ADN continua a ser o único partido fora do Parlamento a receber financiamento partidário, segundo as contas da SÁBADO, a partir dos resultados provisórios.
A conta bancária dos socialistas vai receber, todos os anos, menos 1,1 milhões de euros por causa daderrocada eleitoral do último domingo. Na rota contrária, o partido de André Ventura passará a receber mais 924 mil euros anuais. Sendo o crescimento mais elevado entre os seis partidos que vão ter mais dinheiro disponível.
O financiamento recebido pelas forças políticas (com mais de 50 mil votos) depende diretamente do número de eleitores conquistados, sendo que o voto está a 3,48 euros. Este valor é "equivalente à fração 1/135 do valor do IAS [Indexante de Apoios Sociais], por cada voto obtido na mais recente eleição de deputados à Assembleia da República", pode ler-se na lei do financiamento dos partidos políticos e das campanhas eleitorais. Além disto, os partidos recebem ainda mensalmente 2.351,25 euros por cada deputado eleito.
A AD é, naturalmente, quem mais tem a receber. Passa a ter disponíveis 6,8 milhões anuais, a que acrescem 2,4 milhões por via do grupo parlamentar. O PS fica reduzido a 4,9 milhões, mais 1,6 milhões para as despesas na Assembleia da República. Já o Chega receberá 4,7 milhões, visto que obteve apenas menos 48.812 votos que os socialistas (pelo menos até serem publicados os resultados dos círculos da emigração). As receitas com o grupo parlamentar de, para já, 58 deputados são as mesmas que as do PS.
O défice bloquista
A Iniciativa Liberal é o quarto partido que mais recebe: 1,1 milhões anuais, o que representa um crescimento de 91 mil euros face à legislatura anterior. Tem agora nove deputados.
À esquerda, só o Livre tem razões para sorrir, uma vez que alcançou os 872 mil (mais 19 mil). Já a CDU e o BE juntos têm dificuldade em atingir a casa do milhão, quando outrora chegaram a conquistar este valor individualmente.
Os bloquistas têm dos maiores cortes da legislatura, tendo em conta que perderam o seu grupo parlamentar e que a líder Mariana Mortágua passou a deputada única. Vão receber agora apenas 415 mil euros; menos 514 mil. A CDU tem direito a 630 mil euros e o PAN a 281 mil. Além destes partidos, o estreante JPP recebe 70 mil euros pelas 20.126 cruzes no boletim. E o ADN, que se mantém fora do Parlamento, mas que conseguiu 78.914 votos tem, por isso, garantidos 278 mil euros.
*com Bruno Faria Lopes
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