Rui Moreira escreve sobre abandono do aeroporto do Porto
O presidente da Câmara do Porto escreveu um livro sobre a TAP e a estratégia de abandono do aeroporto da Invicta
Ao longo de 250 páginas,TAP - Caixa Negra desvenda "os bastidores do diferendo" do autarca independente contra a transportadora, avançando com "pormenores desconhecidos acerca da vinda da Ryanair para Portugal, de jantares secretos e cartas a vários primeiros-ministros", refere Nuno Santos, adjunto do autarca e co-autor da publicação.
Editado pela Almedina e prefaciado por Luís Valente de Oliveira, ex-ministro em cinco governos de Portugal, o livro revela ainda a opinião de Moreira "sobre o centralismo crescente em Portugal" e explica as razões da "guerra séria" que o autarca independente Rui Moreira tem lançado em defesa do aeroporto do Porto.
Nos últimos meses, Rui Moreira tem criticado a estratégia da TAP para o Porto e admitiu "apelar ao boicote da região" à transportadora, acusando-a de ter em curso uma estratégia para "destruir o aeroporto Francisco Sá Carneiro", no Porto, e construir, em Lisboa, "um novo aeroporto e uma nova ponte".
A "guerra séria" que Moreira disse ter em curso contra a TAP deve-se, em parte, à ligação aérea entre Vigo e Lisboa e à suspensão de quatro rotas europeias que a TAP diz representarem um prejuízo de 8,02 milhões de euros, ao passo que a autarquia do Porto garante terem uma "ocupação média de 90%", representando "o transporte de perto de 190 mil passageiros, em 1867 voos de ida e volta".
Em TAP - Caixa Negra, que será lançado na próxima terça-feira, dia 22, os autores dividem os textos em dez capítulos, recuando no tempo "para que se percebam todos os contornos da privatização da ANA, empresa gestora dos aeroportos em Portugal, e a luta que Moreira, então presidente da Associação Comercial do Porto, travou para evitar a construção do aeroporto na Ota e em Alcochete", descreve Nuno Santos.
O livro divulga também "números e outros dados acerca da actividade da TAP, das suas participadas, dos negócios no Brasil, da compra e desaparecimento da Portugália e da contratação da White Airways para operar a anunciada ponte aérea entre o Porto e Lisboa, com aviões da brasileira Azul".
"Na narração que faz dos acontecimentos, Rui Moreira revela pormenores desconhecidos acerca da vinda da Ryanair para Portugal, de jantares secretos e cartas a vários primeiros-ministros e transmite com clareza o que pensa sobre o centralismo crescente em Portugal", acrescentou Nuno Santos.
Edições do Dia
Boas leituras!