Secções
Entrar

Quercus recorda que em 2018 tinha antecipado cheias no Baixo Mondego

22 de dezembro de 2019 às 20:04

Associação ambientalista divulgou em julho de 2018 um comunicado com o título "Construção de aterro do rio Mondego é um absurdo".

A associação ambientalistaQuercusdisse este domingo que já em 2018 tinha antecipado um cenário de cheias no BaixoMondegodecorrente da deposição de inertes após as obras de desassoreamento da albufeira do açude-ponte emCoimbra.

"A Quercus relembra que esta era um cenário que antecipámos. Lamentavelmente, os alertas de nada serviram e centenas de pessoas veem as suas casas em risco", refere aquela associação, numa nota enviada à agência Lusa.

No documento, a Quercus anexa um comunicado divulgado em 25 de julho de 2018, com o título "Construção de aterro do rio Mondego é um absurdo - Quercus alerta para o risco de cheias no baixo Mondego".

Nesse comunicado, a Quercus dizia que "o gigantesco aterro que está a ser efetuado no rio Mondego vai provocar graves problemas em termos de retorno das cheias e assoreamento do rio, com prejuízos para todo o vale do Mondego a jusante de Coimbra, nomeadamente para a produção agrícola e nas localidades ribeirinhas.

A associação acrescentava ainda que a delegação do Centro da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) não permitiu a consulta da documentação do processo e que por isso pediu, na altura, o "esclarecimento público e a responsabilização pelos prejuízos decorrentes deste projeto".

"O projeto previa dragar o rio Mondego, com três localizações possíveis para a deposição temporária dos inertes dragados em cerca de 50 hectares, junto da cidade de Coimbra. No entanto, também prévia que os inertes excedentários fossem depositados no leito do rio a jusante do açude-ponte, apesar de existirem estudos que referem que este troço do Mondego está também assoreado. Deste modo, a decisão da APA -- Agência Portuguesa do Ambiente - de permitir a deposição dos inertes no leito do rio no baixo Mondego foi incompreensível", dizia ainda o comunicado de 2018.

Os impactes sobre a fauna fluvial e nomeadamente sobre os peixes migradores, de que são exemplo o sável, a lampreia-marinha ou a enguia-europeia, não foram devidamente acautelados, também questionou na altura a Quercus.

Apesar de tudo, o comunicado garantia que o "'Desassoreamento da Albufeira do Açude-Ponte em Coimbra' promovido pela APA -- Agência Portuguesa do Ambiente e Câmara Municipal de Coimbra é necessário, devido à má gestão da bacia hidrográfica do rio Mondego e tem como objetivo principal reduzir o risco de cheias na cidade de Coimbra".

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela