PSP alerta para requerentes de asilo a viver sem condições no aeroporto
Pedidos de asilo já duplicaram desde que a PSP assumiu as funções do extinto SEF. No Aeroporto de Lisboa há quem durma no chão, consequência da sobrelotação dos centros de acolhimento para requerentes de asilo.
Durante uma visita ao aeroporto de Lisboa, preparada para que os vários jornalistas ficassem a par das novas responsabilidades da Polícia de Segurança Pública (PSP) no controlo fronteiriço, a PSP confirmou que a situação dos requerentes de asilo tem vindo a ser um problema sem solução. Sabe-se que no Aeroporto de Lisboa existem 30 pessoas à espera que lhes sejam concedidos pedidos de asilo, sem cama e com o acesso limitado a espaços para tratarem da higiene, indica oCorreio da Manhã.
"Há dois ou três pedidos diários e isto tem um efeito de bola de neve. Já estamos em saturação, mas ainda vai crescer o número de pessoas no espaço internacional", avançou ao Jornal de Notícias, durante a visita, o Diretor do Departamento de Gestão Integrada de Fronteiras, Hugo Palma. "Tivemos que ativar os dois centros de Faro e do Porto, que neste momento estão lotados. Mais de 80% dos requerentes são homens e não os podemos transferir para a ala feminina."
Desde que a PSP assumiu as funções do SEF, extinto a 29 de outubro, que os pedidos de asilo duplicaram. Em causa está assim a sobrelotação dos centros de acolhimento de refugiados, e ainda ao facto de a PSP não ter as mesmas competências que o SEF tinha de transferência de requerentes de asilo no próprio dia para centros de acolhimento, como o Conselho Português para os Refugiados (CPR), localizado em Bobadela.
É nestes centros de acolhimento que os refugiados aguardam pela decisão da Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA) sobre a admissibilidade do pedido de asilo.
A AIMA é assim a entidade responsável pela resposta aos pedidos de asilo, e têm até 7 dias para o fazer, adianta oPúblico. Quando a a agência apresenta uma resposta negativa, os requerentes podem recorrer a um tribunal, podendo permanecer por mais tempo nos centros de acolhimento.
Sabe-se que até ao momento já foram registados 111 pedidos de asilo nos aeroportos internacionais - o que nota ser dobro de 2022 segundo Hugo Palma. A notícia surge assim após a União Europeia ter aprovado umconjunto de novas regraspara regular a imigração e o asilo.
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