Porto Editora volta a vender livros polémicos
Para a editora ficou "a não existência de qualquer discriminação" entre rapazes e raparigas nos livros de actividades
Os livros de actividades para rapazes e raparigas que a Porto Editora suspendeu na sequência de fortes críticas de discriminação estão novamente disponíveis para compra livre, anunciou esta terça-feira, a empresa. A editora decidiu "pôr fim à suspensão de venda", lê-se num comunicado emitido, em que a empresa livreira diz ter ficado comprovada "a não existência de qualquer discriminação" nos blocos de actividades diferenciados para rapazes e raparigas, dos quatro aos seis anos.
No fim de Agosto, a Comissão para a Igualdade de Género (CIG) recomendou a retirada do mercado dos dois manuais, por terem exercícios diferentes para meninos e para meninas, o que promovia a diferenciação entre homens e mulheres. O livro para rapazes tinha capa azul e o das meninas, capa cor-de-rosa.
A empresa justifica que decidiu suspender a venda daqueles artigos para permitir uma análise serena e ponderada de um caso que gerou imediata polémica assim que foi conhecido e também para denunciar o que classifica de "lamentável manipulação".
Na sequência das críticas, a editora e a Comissão para a Igualdade de Género (CIG) estabeleceram contactos e chegaram a um compromisso para colaborarem no futuro. A empresa alega agora que o relatório do Conselho Editorial da Porto Editora, com base no parecer técnico da CIG divulgado em Agosto, refuta muitas das considerações formuladas por aquela entidade."
Tendo-se concretizado os objectivos pretendidos e comprovado a não existência de qualquer discriminação, põe-se fim à suspensão da venda daqueles livros no quadro do exercício pleno da liberdade de expressão da autora e das ilustradoras, bem como da liberdade de edição, respeitando estes valores fundamentais", afirma a empresa.
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