PGR do Brasil investiga negócio entre SCML e Banco de Brasília
Em causa está a criação da BRB Loterias, que foi suspensa tanto no Brasil como em Portugal.
A Procuradoria-Geral da República do Brasil abriu um inquérito ao negócio entre o Banco de Brasília (BRB) e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) com vista à exploração das lotarias no Distrito Federal (Brasília). O negócio culminou na criação da BRB Loterias, com um investimento de 14 milhões de euros (77 milhões de reais) por parte da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Segundo a revista Veja, que avançou a notícia sobre a investigação, o Banco de Brasília incluiu essa receita nas suas contas e o valor seria recebido ao longo de sete anos. À mesma fonte, representante do banco disse que "o negócio foi desfeito antes mesmo que o contrato entrasse em vigor" e que "não houve desembolso [antecipação de dinheiro] de nenhuma das partes".
O Banco de Brasília tinha 50,1% da empresa BRB Loterias, e a SCML detinha os restantes 49,9%.
A parceria entre as duas instituições foi anunciada em abril de 2023, antes da saída do então provedor Edmundo Martinho, e o cancelamento do negócio ocorreu meses depois sob tutela de Ana Jorge, a provedora que se seguiu e que foi substituída por Paulo Duarte de Sousa em maio de 2024.
Em audiência no Parlamento em setembro de 2023, Ana Jorge revelou que a SCML aplicou 27 milhões de euros na internacionalização, apesar de só ter autorização do Governo para 5 milhões.
O Banco Central do Brasil solicitou a correção desse movimento nas contas do Banco de Brasília e o Tribunal de Contas do Distrito Federal suspendeu o negócio, pedindo ainda esclarecimentos.
Edições do Dia
Boas leituras!