Ordem dos Enfermeiros alerta para "caos" devido à gripe
A Ordem fez ainda acusações ao ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e questionou o cargo que ocupa.
A Ordem dos Enfermeiros alertou esta segunda-feira para eventuais complicações nos hospitais e nos centros de saúde devido à gripe, culpando o ministro da Saúde e questionando o cargo que ocupa.
Em comunicado, avançado pela agência Lusa, a Ordem dos Enfermeiros faz acusações ao ministro e fala de questões laborais e salariais, reafirmando a falta de profissionais.
Adalberto Campos Fernandes "não responde às interpelações da OE desde Julho" e nada fez "até ao momento" para reforçar os serviços de saúde, apesar do aviso da Direcção-Geral de que o vírus da gripe pode ser particularmente perigoso este ano.
"Os hospitais continuam sem autorização para contratar enfermeiros para o período de contingência da gripe", refere o comunicado, que cita a bastonária: "Não estamos a acautelar a contratação de enfermeiros. Como de costume, temo que vamos assistir ao caos nos hospitais e centros de saúde".
No documento lê-se ainda que os hospitais devem milhares de horas aos enfermeiros e que o ministro apresenta números "falsos" de contratações.
A média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) é de 9,1 enfermeiros por mil habitantes, com Portugal a atingir apenas os 6,1, diz a OE.
Em quase todos os hospitais não se atinge o número mínimo de enfermeiros, mas o ministro não só não responde às exposições da Ordem como aumenta o conflito, exemplificado nos cortes de vencimentos aos enfermeiros especialistas que participaram em acções de protesto, e marcação de faltas a quem participou em greves.
Por esta questão, mas por outras também - como "as polémicas públicas" relacionadas com a 'legionella' ou com o Infarmed ou com a falsificação dos números das listas de espera -, a Ordem questiona a continuidade do ministro.
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