Secções
Entrar

Operação Éter: PJ realizou buscas na Câmara e Geoparque de Arouca

28 de março de 2019 às 09:57

Câmara Municipal e a Associação Geoparque de Arouca revelaram que a PJ realizou buscas nessas entidades no âmbito da Operação Éter, que investiga contratações públicas pela Turismo do Porto e Norte.

A Câmara Municipal e a Associação Geoparque de Arouca (AGA) revelaram esta quinta-feira que a Polícia Judiciária (PJ) realizou buscas nessas entidades no âmbito da Operação Éter, que investiga contratações públicas pela Turismo do Porto e Norte.

Segundo revelou à Lusa fonte ligada ao município, cuja presidente também lidera a AGA por inerência do cargo, a PJ esteve na quarta-feira nas instalações de ambos os organismos.

No edifício da Câmara, a PJ acedeu "ao dossiê completo sobre a Loja Interativa de Turismo de Arouca" e, na sede administrativa do Geoparque, pediu outros documentos relativos ao processo.

Segundo disse fonte da autarquia, "as diligências configuram-se como um procedimento normal decorrente da investigação à alegada viciação de procedimentos de contratação pública no âmbito da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte".

Realçando que esse tipo de buscas "está a ter lugar em todos os municípios da área de influência do Turismo do Porto e Norte", a mesma fonte referiu que a Câmara de Arouca se encontra "inteiramente disponível para prestar toda a colaboração que seja considerada pertinente" no âmbito desta investigação em curso sobre uma alegada viciação de procedimentos de contratação pública.

A Operação Éter implicou em outubro de 2018 a detenção de cinco pessoas ligadas ao Turismo do Porto e Norte, todas elas indiciadas, segundo a PJ, "por crimes de corrupção e participação económica em negócio em procedimentos de contratação pública" na região.


A investigação vem envolvendo "buscas domiciliárias e não domiciliárias em entidades públicas e sedes de empresas", para apuramento de factos relacionados "com a presumível prática reiterada e continuada da viciação de procedimentos de contratação pública", em valores que ascendem a cinco milhões de euros.

Segundo referiu, em outubro, fonte policial à Lusa, os ajustes diretos seriam concedidos por valores muito acima do mercado e, por vezes, sem que o serviço fosse prestado.

A investigação conduzida pela Diretoria do Norte da PJ determinou que, mediante a atuação concertada de quadros dirigentes da referida entidade regional de Turismo, existirá "um esquema generalizado de viciação fraudulenta de procedimentos concursais e de ajuste direto, com o desiderato de favorecer primacialmente grupos de empresas, contratação de recursos humanos e utilização de meios públicos - com vista à satisfação de interesses de natureza particular".

Além de Melchior Moreira, que, enquanto presidente do Turismo do Porto e Norte por altura dos alegados factos, se mantém detido em prisão preventiva, os outros quatro arguidos no processo são Isabel Castro, diretora operacional desse organismo turístico; Gabriela Escobar, jurista na mesma estrutura; Manuela Couto, administradora da agência de comunicação W Global Communication; e José Agostinho, da empresa de soluções interativas.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela