Ministério Público abre inquérito ao caso do dermatologista do Hospital de Santa Maria
A ministra da Saúde também já tinha considerado que este caso "em nada abona na confiança dos portugueses".
O Ministério Público abriu um inquérito ao caso do dermatologista que terá recebido 51 mil euros em apenas um dia de trabalho no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, informou esta terça-feira a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Em resposta escrita enviada à Lusa, a PGR confirmou "a existência de inquérito, o qual se encontra em investigação no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa".
Na sexta-feira, a CNN revelou que um dermatologista do Hospital de Santa Maria terá recebido 400 mil euros em 10 sábados de trabalho adicional em 2024, tendo um dos dias sido utilizado para retirar lesões benignas aos pais. Esta terça-feira, aSÁBADOrevelou quem é omédico no centro do furacão. Miguel Alpalhão seguiu Medicina depois de uma doença por diagnosticar na adolescência. Em 2016 foi o melhor do seu ano a sair da Faculdade de Medicina de Lisboa e escolheu dermatologia porque queria uma boa vida. Quem trabalhou com ele descreve-o como "um Dr. House", com uma memória visual ímpar.
Em causa está o Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), que permite fazer cirurgias fora do horário laboral, de modo a mitigar as longas filas de espera nos hospitais.
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) também abriu esta segunda-feira um inquérito à atividade cirúrgica adicional realizada no SNS, assim como uma auditoria aos factos relacionados com a atividade cirúrgica realizada em produção adicional e classificação dos doentes em grupos de diagnósticos homogéneos (GDH), no Serviço de Dermatologia da Unidade Local de Santa Maria, desde 2021 até ao momento.
Também esta segunda-feira, a ministra da Saúde considerou que este caso "em nada abona na confiança dos portugueses".
"Até as averiguações serem feitas, reside sobre a instituição, neste caso o maior hospital do país, (...) uma suspeita que em nada abona na confiança dos portugueses, sobretudo daqueles que aguardam numa lista de espera por ter uma cirurgia ou por ter uma consulta", disse Ana Paula Martins.
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