Marcelo pede consenso sobre eutanásia e não fala sobre referendo
Presidente da República diz que deixará tomada de posição para a altura em que tiver que se pronunciar, se for caso disso.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, evitou, mais uma vez, pronunciar-se quanto a um referendo sobre a eutanásia, defendendo a necessidade de um debate alargado.
"A Constituição confere a todos os cidadãos o direito à participação. Já o disse e repito: Entendo que o Presidente da República não pode nem deve condicionar a discussão, antes apelando à mais ampla mobilização e participação dos cidadãos em geral", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, na abertura do seminário de encerramento do ciclo de debates Decidir sobre o final da vida.
O Presidente disse que "deve reservar a sua intervenção para o momento em que, se e quando a questão lhe for suscitada, tiver de se pronunciar sobre o processo de decisão ou sobre a substância da decisão, de uma perspectiva jurídica ou de uma perspectiva ética e comunitária".
Já o presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV), Jorge Soares, considerou que se morre mal em Portugal, muitas vezes em solidão e sem compaixão ou afecto.
Para Jorge Soares, "é tempo de promover uma reflexão sobre a compaixão", entendendo que em Portugal, como em muitos países desenvolvidos, se morre "mal, sem afecto e compaixão". O responsável referiu também a importância dos cuidados paliativos, frisando que em Portugal chegam a "uma fracção pequena de pessoas".
O Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida encerra esta segunda-feira um ciclo de debates que ao longo de oito meses promoveu 11 sessões por vários pontos do país sobre questões como a eutanásia, a morte assistida ou a decisão sobre o final da vida.
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