Marcelo não se arrepende de convite a Lula
Marcelo afirmou ainda que os partidos da oposição têm todo o direito de criticar, uma vez que vivemos em democracia, mas que a visita de Lula a Portugal é uma questão de "relação entre estados".
Marcelo Rebelo de Sousa afirma não estar arrependido de ter convidado o presidente do Brasil Lula da Silva a discursar no parlamento português no dia 25 de abril depois das declarações do chefe de estado brasileiro sobre a guerra na Ucrânia e o envolvimento da União Europeia na mesma.
O Presidente português justificou a sua posição afirmando que Portugal não teria relações com grande parte do mundo se as cortasse devido a divergências relativas a política externa.
"Não me arrependi coisa nenhuma. A posição portuguesa é clara: a Rússia é que invadiu a Ucrânia, não a Ucrânia que invadiu a Rússia. Portugal e a UE estão a apoiar a Ucrânia e vamos continuar. Direi-o ao presidente Lula e ao presidente da Índia, que vem a seguir, e aos presidentes do Senegal e da Argélia, que também virão a Portugal", começou por referir Marcelo Rebelo de Sousa.
O líder português considerou ainda que "a posição brasileira na ONU tem sido persistente" uma vez que "Bolsonaro condenou a invasão por várias vezes e o novo presidente brasileiro pediu a retirada das tropas russas, o que não tem acontecido com outros países de língua portuguesa, que se abstiveram sempre".
Marcelo afirmou ainda que os partidos da oposição têm todo o direito de criticar a posição de Lula, uma vez que vivemos em democracia, mas que esta é uma questão de "relação entre estados". "Discordamos mas não temos nada a ver com isso. Cada país tem a sua política externa, se estivermos de acordo melhor, mas se não estivermos de acordo com a nossa política interna e externa, não teríamos relações com 3/4 do mundo", continuou.
O presidente brasileiro defendeu no passado sábado que "os Estados Unidos devem para de encorajar a guerra" e "a União Europeia deve começar a falar de paz", uma vez que "a paz é do interesse de todo o mundo" e só é possível alcançá-la se "os países que fornecem armas, que encorajam a guerra", o pararem de fazer.
Lula da Silva vai estar em Portugal entre os dias 22 e 25 de abril e o seu discurso na Assembleia da República tem estado envolto em polémica desde quando, em fevereiro, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, referiu que iria ocorrer um discurso de Lula durante a sessão solene comemorativa da Revolução de Abril.
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