Mais de 650 bombeiros combatem chamas em Alijó e Mangualde
Protecção Civil diz que voltou a haver "falhas pontuais" do SIRESP, o sistema de comunicação usado entre os operacionais. Meios aéreos já foram enviados esta manhã
O incêndio que deflagrou em Alijó, este domingo, obrigou a algumas evacuações na aldeia de Chã. Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Alijó, Carlos Magalhães, explicou que o incêndio está a "queimar com bastante intensidade". Pior, o SIRESP, o sistema de comunicação usado entre os operacionais, não está a funcionar.
Os incêndios de Alijó (Vila Real) e Mangualde (Viseu), que mobilizam mais de 650 bombeiros e cerca de 200 viaturas, são os dois maiores activos hoje de manhã segundo afirma a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) por volta das 9h.
De acordo com Patrícia Gaspar, da ANPC, apenas os incêndios de Alijó, que pelas 08:00 tinha 465 bombeiros a combater as chamas, apoiados por 135 viaturas, e de Póvoa de Cervães, em Mangualde (Viseu), com 203 bombeiros e 61 viaturas, estavam ativos, tendo os outros dois fogos em Mangualde sido dominados.
Segundo a responsável da ANPC, pelas 08:00 estavam a ser mobilizados meios aéreos para o combate às chamas.
As 35 pessoas que no concelho de Alijó estiveram deslocadas no pavilhão gimnodesportivo, durante o dia de domingo, já puderam regressar às suas casas.
Também a circulação rodoviária nas estradas que tinham sido cortadas por causa do incêndio em Alijó já foi reposta, designadamente o IC5, que liga Alijó a Miranda do Douro.
Falhas no SIRESP
"Houve, durante a tarde, algumas falhas pontuais do SIRESP para as quais já mobilizamos uma estação móvel que estava preventivamente posicionada no Porto e que já está no local para garantir o reforço da capacidade de comunicações", disse Patrícia Gaspar, da Proteção Civil, em declarações à RTP.
Contudo, Patrícia Gaspar disse à agência Lusa que "as comunicações durante estas falhas foram asseguradas através da Rede Operacional dos Bombeiros (ROB)", um procedimento previsto.
"Quando se estabelece um plano de comunicações num teatro de operações, nunca é feito com exclusividade à rede SIRESP", integrando-se também a ROB, esclareceu.
Antes, as falhas já tinham sido denunciadas pelo presidente da Câmara de Alijó. "O sistema já está em modo local, o que está a dificultar as comunicações no terreno. Estive duas horas sentado só a ouvir e apercebi-me que a comunicação falha: não sabemos exactamente onde está posicionada cada equipa, onde está a arder. Às tantas, só recorrendo aos telemóveis é que se consegue comunicar", criticou Carlos Magalhães.
Um incêndio "gigantesco"
O incêndio de Alijó, que tem três frentes ativas, apresenta uma "situação muito preocupante", afirmou hoje o presidente da autarquia, Carlos Magalhães, acrescentando que o vento está a levar as chamas para sítios inesperados.
Falando aos jornalistas cerca das 21:40 deste domingo, o autarca indicou que os meios aéreos já não conseguem voar de noite e que 30 pessoas foram retiradas por precaução das suas casas em, pelo menos, três aldeias: Chã, Vila Chã e Casas da Serra. Trata-se de idosos, acamados e crianças que foram acolhidas num pavilhão gimnodesportivo.
"Está aqui o retrato do que não se deve fazer. Estamos todos os anos a concentrar os meios de que dispomos no combate ao incêndio e, na prevenção, nada ou quase nada. O combate a este incêndio devia ter começado em outubro", afirmou.
Carlos Magalhães afirmou que "a dimensão do fogo é gigantesca" e que o vento mudou de direção e está a levar as chamas para sítios onde não se esperava. Para já, não é possível fazer um balanço dos prejuízos, disse.
Helicóptero de combate caiu em barragem de Vila Chã. Piloto sobreviveu
Um helicóptero de combate a fogos caiu este domingo na barragem de Vila Chã. O aparelho estava a abastecer-se de água para combater as chamas que deflagraram no concelho de Alijó quando terá caído.
O Comando Territorial de Vila Real da GNR confirma à SÁBADO que o piloto do helicóptero "está bem" e que "não há registo de feridos". A Protecção Civil, os Bombeiros e a GNR estão no local.
Entretanto, no combate às chamas proliferadas pela queda da aeronave, dois bombeiros ficaram feridos.
O aparelho era um dos seis meios aéreos que estavam envolvidos no combate ao fogo para ao qual foi dado o alerta às 13h55 e que ainda se encontra por dominar. Para além das 5 aeronaves, continuam envolvidos no combate 210 operacionais e 45 veículos.
O incêndio já chegou a estar dado como controlado, mas acabou por se reactivar.
Everjets abre inquérito a acidente com helicóptero em Alijó
A Everjets, que opera os helicópteros ligeiros de combate aos fogos, vai instaurar um inquérito ao acidente com o helicóptero que caiu hoje à tarde no combate a um incêndio em Alijó, distrito de Vila Real.
Em comunicado, o Conselho de Administração da Everjets informa que "já decidiu instaurar um inquérito às circunstâncias do acidente e garante a substituição do aparelho ora acidentado no dispositivo em alerta", no combate aos incêndios.
Um helicóptero accionado para o combate a um incêndio no concelho de Alijó, distrito de Vila Real, caiu esta tarde, mas o piloto "está bem", informou fonte da Protecção Civil.
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