Mais de 567 mil votos desperdiçados nas legislativas deste ano
Para já, face ao ano passado, este número representa uma descida de votos que não elegeram nenhum deputado.
567.930 foi o número de votos que foram desperdiçados nas eleições legislativas deste ano, o que significa que muitos acabaram por não serem convertidos em mandatos. O número foi avançado pelo portalO Meu Voto, cujo responsável é o politólogo Luís Humberto Teixeira. Acredita-se, no entanto, que este número deverá ser superior, já que ainda não foram apurados os círculos da emigração.
Para já, face ao ano passado, este número significa uma descida nos votos desperdiçados. Nas legislativas anteriores, 673.382 votos não tinham sido convertidos em mandatos. Além disso, representa também uma descida face às três eleições anteriores, visto que este número era sempre superior a 700 mil eleitores cujos boletins não elegeram ninguém.
O método de contagem de votos será a principal causa para este tipo fenómeno. Relembre-se que esta contagem, que permite transformar votos em mandatos, acontece através do método de Hondt - um método matemático que tem vindo a ser contestado por especialistas. Foi o caso de Luís Humberto Teixeira, que chegou a lançar a petição Por uma maior conversão de votos em mandatos e que chegou a ser discutida no Parlamento, em 2023, sem levar a alterações, já que só o PAN, Iniciativa Liberal e Livre se mostraram disponíveis para mudar o sistema eleitoral.
Para fazer face a este problema, a petição sugeria a aplicação de três soluções, nomeadamente: a "instituição de um círculo único"; a "criação de um círculo de compensação"; e a "alteração do mapa eleitoral do País".
"Mais de quinze anos e quatro eleições regionais depois, os casos da Madeira e dos Açores mostram que as alterações introduzidas permitem refletir melhor a vontade expressa pelos eleitores, aumentam o pluralismo e não representam qualquer ameaça acrescida à governabilidade", lê-se.
Em Portugal Continental, o desperdício de votos depende de círculo eleitoral para círculo eleitoral. Por exemplo, na Guarda ficaram por utilizar oito mil votos que não serviram para eleger ninguém, mas no Porto esse número sobe para os 68 mil. Segundo Luís Humberto Teixeira, ainda assim, este cenário não tem tanto impacto em partidos como o PSD, o PS ou o Chega. O mesmo não acontece com os partidos que elegeram menos deputados ou mesmo nenhum.
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