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Lista única à direção do Livre quer melhor funcionamento dos órgãos internos

16 de janeiro de 2020 às 09:45

O Livre é o único partido português que não tem líder fixo. Congresso do partido ocorre a 18 e 19 de janeiro.

A lista única candidata ao Grupo de Contacto (direção) do Livre propõe-se a melhorar a comunicação interna e externa do partido e "não fecha a porta" a entendimentos futuros de esquerda.

A Lista 'A' é a única lista candidata ao Grupo de Contacto, órgão executivo do partido Livre, que será votada no congresso marcado para sábado e domingo.

Na moção intitulada de "A esquerda verde progressista do Século XXI - para um futuro sustentável e justo", que define estratégias para o próximo biénio 2020-2022, o grupo propõe uma melhoria no funcionamento dos órgãos internos, na comunicação externa e afirma que "não fecha a porta" a entendimentos com os partidos de esquerda nos próximos ciclos eleitorais.

"Numa perspetiva interna, é necessário estabelecer mecanismos de comunicação contínuos entre o Grupo de Contacto e Núcleos Territoriais, Círculos Temáticos, e outros órgãos", escrevem na moção estratégica apresentada.

O texto sublinha que o Livre tem "idiossincrasias metodológicas de orgânica verdadeiramente inovadoras em Portugal, que lhe conferem características de prática muito especiais, mas, ao mesmo tempo, muito mais exigentes no seu cumprimento e no seu escrutínio", afirmam.

O Livre é o único partido português que escolhe os seus candidatos a eleições através de primárias abertas e que não tem uma direção partidária colegial, nem líder fixo, sendo o órgão executivo o Grupo de Contacto.

Quanto à comunicação externa, o grupo candidato à direção considera que esta "deve primar pela transparência e abertura que caracterizam o Livre, mantendo uma relação de cordialidade e respeito para com a comunicação social" estabelecendo-se também um "compromisso de melhoria da comunicação para com membros, apoiantes e simpatizantes".

A moção menciona os próximos ciclos eleitorais, referindo que "não fecha a porta" a entendimentos de esquerda nas eleições presidenciais, regionais dos Açores e autárquicas.

"O Livre, no espírito de convergência com que foi fundado, não fecha a porta a entendimentos com os partidos de esquerda para estes atos eleitorais de forma a garantir maiorias de esquerda e progressistas em todo o território nacional", declaram.

Mantêm-se as bandeiras programáticas do partido, tais como o "Green New Deal" ["Novo Pacto Verde"], 'pacote' ecológico com o qual "por pressão do Livre, o governo já se comprometeu" em tornar uma das prioridades da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, adianta o texto.

A lista candidata ao órgão executivo, é constituída por alguns membros da direção cessante bem como por novos membros, apresentando-se como um misto de "experiência e renovação", sem nunca fazer referência à ausência de Joacine Katar Moreira desta lista.

Ao IX Congresso do Livre foram também apresentadas um conjunto de 18 moções específicas, entre elas, uma moção intitulada "Recuperar o Livre, resgatar a política", que pede a Joacine Katar Moreira para renunciar ao mandato e, caso tal não aconteça, que lhe seja retirada confiança política.

A votos irá também uma reflexão subscrita por Rui Tavares, membro fundador do partido, denominada de "Novo Pacto Verde: um desafio do Livre para Portugal, a Europa e o planeta".

Algumas moções propõem-se ainda a refletir sobre a estrutura interna do partido, nomeadamente a moção subscrita por Miguel Won, candidato à Assembleia, que pretende "pensar o partido" e a sua organização interna, sugerindo uma avaliação das dinâmicas dos seus órgãos, incluindo a do Grupo de Contacto (direção), questionado "algum experimentalismo".

O congresso do Livre decorre nos próximos dias 18 e 19 de janeiro, no Centro Cívico Edmundo Pedro, em Lisboa.

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