Secções
Entrar

Linha de prevenção do suicídio disponibiliza 48 horas de atendimento

08 de setembro de 2018 às 15:48

A linha SOS Voz Amiga irá disponibilizar "48 horas de atendimento contínuo", sublinhou, saudando o esforço dos voluntários.


A linha de ajuda para prevenção do suicídio SOS Voz Amiga vai disponibilizar atendimento contínuo no domingo e na segunda-feira, para assinalar o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, disse hoje à Lusa o presidente do serviço, Francisco Paulino.

Na próxima segunda-feira, assinala-se o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio e um pouco por todo o mundo, onde quer que existam linhas telefónicas de apoio, neste dia procuramos dar visibilidade ao nosso esforço para contrariar este flagelo do suicídio", disse Francisco Paulino.

Em Portugal, a linha SOS Voz Amiga irá disponibilizar "48 horas de atendimento contínuo", sublinhou, saudando o esforço dos voluntários.

"É um esforço razoável da parte dos nossos voluntários, pois habitualmente, e porque não temos voluntários para mais, fazemos apenas oito horas diárias, entre as 16h00 e as 24h00", adiantou o presidente do serviço.

Fundada há 39 anos, a SOS Voz Amiga foi a primeira linha telefónica em Portugal de apoio em situações agudas de sofrimento causadas pela solidão, ansiedade, depressão e risco de suicídio.

O número de apelos quase triplicou entre 2013 e 2016, passando de 1.271 para 3.701, mas baixou para 3.335 no ano passado (menos 10%) devido à falta de voluntários, segundo Francisco Paulino.

Em 2017, a linha recebeu, em média, 278 chamadas por mês, a maioria (67%) feita por mulheres. A maior parte dos utentes tem entre 36 e 55 anos (46%).

As situações mais relatadas foram solidão/angústia (31%), doenças psíquicas, sobretudo depressão (22%), relações afectivas (9%) e relações familiares (9%).

Cerca de 7% das chamadas foram feitas por jovens até aos 25 anos, sendo as situações mais relatadas a auto-mutilação,bullying, sexualidade e violência no namoro.

A ameaça de suicídio representou cerca de 5% das chamadas, sendo que destas 75% foram feitas por "pessoas com ideia de morte" e 15% por pessoas que já tinham "um plano de suicídio".

"Felizmente na maioria das situações, temos conseguido que o desenlace não se dê, disse o responsável.

O Dia Mundial de Prevenção do Suicídio foi criado em 2003 pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio e pela Organização Mundial de Saúde, com o objectivo de prevenir o ato do suicídio, através da adopção estratégias pelos governos dos vários países.

A nível mundial, todos os anos morrem em média cerca de um milhão de pessoas por suicídio e ocorrem entre 10 a 20 milhões de tentativas de suicídio por ano.

A Organização Mundial de Saúde estima que o suicídio seja a 13.ª causa de morte no mundo, sendo uma das principais entre adolescentes e adultos até aos 35 anos. A taxa de suicídio é maior nos homens do que nas mulheres.

Os últimos dados divulgados pela Direcção-Geral da Saúde (DGS) indicam que o número de suicídios em Portugal mantém-se estável, situando-se em cerca de mil casos por ano.

Segundo o relatório do Programa para a Saúde Mental 2017, o número de suicídios é mais significativo no Alentejo e a taxa de mortalidade por suicídio tem maior incidência na faixa etária igual ou superior a 65 anos.

O relatório da DGS refere que o suicídio verifica-se sobretudo em pessoas com doenças mentais graves, na sua maioria tratáveis e integra o grupo de mortes potencialmente evitáveis.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela