Irregularidades no Crédito Agrícola na mira do Banco de Portugal
O conselho de administração executivo da Caixa Central de Crédito Agrícula Mútuo terá que esclarecer o Banco de Portugal sobre situações reportadas ao supervisor através de cartas anónimas. Em causa estão factos susceptíveis de configurar irregularidades e conflitos de interesse.
O conselho de administração executivo da Caixa Central de Crédito Agrícula Mútuo (CCCAM), liderado desde 2012 por Licínio Pina, terá que esclarecer o Banco de Portugal sobre situações reportadas ao supervisor através de cartas anónimas. Em causa estão factos susceptíveis de configurar irregularidades e conflitos de interesse.
De acordo com uma carta que saiu do Banco de Portugal a 10 de Dezembro, citada pelo jornal Público, cujo assunto são "denúncias anónimas contra a Caixa Central", os membros do CAE da Caixa Central não podem desempenhar cargos de administração em nenhuma das 80 caixas agrícolas que estão espalhadas por todo o país.
Como forma de exemplo, Licínio Pina não pode exercer em simultâneo a presidência do grupo Caixa Central e o cargo de administrador da Caixa de Crédito Agrícola da Serra da Estrela, região de onde o banqueiro é natural. O Banco de Portugal pede "o envio de cópia da acta da reunião do CAE da Caixa Central em que foi votado o aumento da área geográfica da CCAM da Serra da Estrela, cujo órgão de administração é presidido pelo presidente do CAE da Caixa Central".
Também este sábado a assembleia-geral (AG) ordinária da Caixa Central de Crédito Agrícola delibera hoje sobre o plano de actividade e orçamento para o ano 2019, disse à Lusa fonte oficial da instituição.
A reunião tem cinco pontos na sua ordem de trabalhos, começando pela "discussão e votação da proposta de plano de actividades e de orçamento da Caixa Central e de plano de actividades do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo (SICAM) e do Grupo Crédito Agrícola, para o ano de 2019".
Na ordem de trabalhos consta também a deliberação "sobre a política de remuneração dos órgãos de administração e fiscalização da Caixa Central e do Grupo Crédito Agrícola para o próximo ano".
A reunião magna irá também discutir e votar uma alteração aos estatutos da Caixa Central e a alteração integral do regulamento eleitoral da Caixa Central.
O grupo Crédito Agrícola tinha 659 agências em Junho deste ano, menos dez do que as 669 agências do final de 2017, segundo dados divulgados à Lusa em agosto.
O Crédito Agrícola revelou também nessa altura que obteve lucros consolidados de 64,2 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, mais 37% do que em igual período do ano passado.
O grupo tem vindo a fundir caixas, tendo em Março o presidente do grupo, Licínio Pina, dito em conferência de imprensa que estava previsto fundir 20 caixas em dois anos, passando de 80 para 60.
O Crédito Agrícola tem operação apenas em Portugal, contando com escritórios de representação em França (Paris), Suíça (Genebra) e Luxemburgo.
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