Incidência desce, mas R sobe. Veja a evolução de Portugal no gráfico do desconfinamento
Boletim da DGS atualizou o ponto de situação de Portugal no gráfico que dita o futuro do desconfinamento. Portugal vê a incidência do vírus a baixar, mas o R a subir. Funchal é o único concelho do país em risco extremo.
No dia em que Portugal registou o número mais baixo de casos de covid-19 em mais de seis meses e o menor número de vítimas mortais desde 17 de outubro, o boletim oferece uma nova atualização do gráfico do Governo que coloca o país ainda fora da zona de risco e em "situação epidémica controlada". No mapa de concelhos, Funchal é o único em risco extremo e outros três municípios da Madeira estão em risco muito elevado, mas para as contas foram contabilizados casos com atraso no diagnóstico.
Após a apresentação do plano de desconfinamento, António Costa lançou um gráfico em que explicava as bases pelas quais o Governo vai decidir se levanta medidas ou implementa novas, com base na incidência a 14 dias da covid-19 e no índice de transmissibilidade do vírus, o R(t).
Esta segunda-feira, no boletim da DGS, é apresentado o ponto de situação a nível nacional e continental, em que Portugal mantêm-se na zona verde, fora de risco, mas a Madeira coloca o país em alerta.
O R(t) a nível nacional é neste momento de 0,83, sendo ligeiramente mais baixo a nível continental - 0,79. Para o efeito não é estão contemplados os resultados da Região Autónoma da Madeira, devido a um elevado número de notificações em atraso na base de dados do SINAVE, que impedem a interpretação correta dos resultados. No último relatório sobre o R, o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge avisou que este valor a nível nacional "poderá estar inflacionado por este motivo".
Até este domingo, a incidência a 14 dias era de 96, mas esta segunda-feira baixou já para os 93 casos por 100 mil habitantes nas últimas duas semanas - com cerca de 86 casos por 100 mil habitantes no continente, ligeiramente abaixo da média nacional. Portugal está assim ainda na zona verde do gráfico, o que significa que o Governo pode continuar a levantar medidas de restrição.
Em relação ao dia de anúncio de desconfinamento de António Costa, na passada quinta-feira, Portugal viu subir o R(t) em 0.5 pontos percentuais - de 0.78 para 0.83 - mas viu descer a sua incidência de 105 para 93 casos por 100 mil habitantes.
Funchal em risco extremo, quatro concelhos em risco muito elevado
O boletim desta segunda-feira da DGS incluiu também novas informações sobre concelhos. Depois da primeira semana em que Portugal não registou qualquer concelho no maior nível de risco, o Funchal caiu para o patamar de risco extremo, muito por culpa das notificações em atraso na base de dados do SINAVE, que fizeram aumentar o número de novos casos registados nessas duas semanas entre 24 de fevereiro e 9 de março.
Além do Funchal, que regista 1.128 casos por 100 mil habitantes - mais de 10 vezes superior à incidência do país -, outros três municípios madeirenses estão também em risco muito elevado. São eles Ponta do Sol, Câmara de Lobos e Santa Cruz, registando entre 959 e 480 casos por 100 mil habitantes no período de duas semanas, tal como Serpa, o concelho continental com maior incidência do país - 517.
O país tem ainda mais 14 concelhos em risco elevado de covid-19, registando mais de 240 casos por 100 mil habitantes, o que significa o regresso de medidas a 19 concelhos.
Neste terceiro patamar estão os concelhos de Resende, Machico, Penela, Lamego, Rio Maior, Santa Marta de Penaguião, Carrazeda de Ansiães, Montijo, Vidigueira, Torres Vedras, Monforte, Castelo de Paiva, Ribeira Brava e Vila Nova de Cerveira.
Existem ainda mais 50 concelhos em risco moderado, registando uma incidência superior a 120 mas inferior a 240 casos por 100 mil habitantes, o que implicaria a suspensão das medidas de desconfinamento.
No entanto, muitos dos concelhos registaram muito poucos casos. Na verdade, mais de metade - 155 dos 308 concelhos - registaram menos de 10 novos casos nas últimas duas semanas, que englobaram a última semana de fevereiro e a primeira de março. E 35 não registaram qualquer caso.
Em números totais, o Funchal foi mesmo o concelho com mais número de casos e o único com mais de mil novos infetados (1.174), com o resto do top-5 a ser formado por municípios de Lisboa e Vale do Tejo - Lisboa, Sintra, Loures e Odivelas, entre os 735 e 270 novos casos nas últimas duas semanas.
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