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Igreja Lusitana propõe "jejum de carbono" na Quaresma

04 de março de 2018 às 16:28

Há uma igreja que incentiva na Quaresma deste ano práticas diárias em defesa do ambiente.

A Igreja Lusitana tem em marcha uma proposta internacional de "jejum de carbono" para a Quaresma 2018, focada em práticas diárias em defesa do ambiente e energias renováveis em vez do jejum tradicional focado na privação de alimentos.

Em entrevista à Lusa, o bispo da Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica, José Pina Cabral, explicou que o "jejum de carbono" é uma proposta internacional de vários movimentos cristãos ligados à preservação do ambiente para os 40 dias da Quaresma, no âmbito do cuidado com o clima e com a Criação.

A finalidade é a mesma de um jejum tradicional, mas realizado de forma diferente, assume José Pina Cabral, explicando que, para a próxima segunda-feira, dia 05, a proposta para a comunidade é colocar lâmpadas LEDs nos templos e nas casas, porque são mais eficientes energeticamente e mais amigas do ambiente.

Colocar os grandes electrodomésticos na potência mais baixa possível e desligar tudo o que não estiver a ser utilizado é a recomendação para a próxima terça-feira, dia 06, porque, explicam, "nem a bênção da energia abundante nem os combustíveis poluentes que, muitas vezes, a tornam possível devem ser tomados como garantidos".

Para quarta-feira, a exortação dada é para que haja um compromisso para obter algum produto solar em 2018, podendo ser um simples "carregador solar para o telemóvel" ou um "painel solar para a casa".

Entre a dica para "ajustar o termóstato em "solidariedade com os irmãos e irmãs em todo o mundo" ou o desafio de descobrir como é produzida a electricidade na região onde se vive, a Igreja Lusitana aconselha que na próxima sexta-feira, dia 10, a comunidade tente utilizar um meio de "transporte inteligente".

"Reveze a boleia", "use transportes públicos", "caminhe ou pedale sempre que possível" e, se o carro for a única opção, "conduza conscientemente de forma a aumentar a eficiência do combustível", exemplifica a Igreja Lusitana, acrescentando que, desta forma, se está a contribuir para a diminuição da poluição no ar e das alterações climáticas.

"Coma menos carne" para "proteger a Terra das enormes emissões de gases" e do "desmatamento causado pela produção comercial de gado" ou fazer "compostagem em casa para fortalecer o solo" ou optar por alimentos orgânicos, evitando produtos produzidos com pesticidas e fertilizantes, ou "evitar o plástico" e colocar são as sugestões para a semana dedicada ao "Alimento".

"O jejum é, no fundo, uma provação de algo tendo em vista um determinado fim que nos liga ou religa a Deus. Geralmente, e na tradição da Igreja, o jejum de alimentos é um jejum que, nos levando a uma privação de algo que desejamos, nos ajuda a encontrar um equilíbrio, que por sua vez nos permite também uma relação com Deus e centrarmo-nos naquilo que é essencial.

Nessa perspectiva, acrescenta José Pina Cabral, o "jejum de carbono" também coloca em causa a relação com Deus, pois ao cuidar-se da criação, está a criar-se uma relação equilibrada com o próprio Criador.

"Portanto é um jejum feito de uma outra maneira, mas o fim é o mesmo", conclui o bispo Igreja Lusitana Católica.

As próximas semanas vão ser dedicadas à "Água" à "Contemplação".

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