IGAS abre processo de investigação devido a instrumentos cirúrgicos contaminados
Decisão surge após o Repórter SÁBADO ter denunciado que algumas cirurgias estariam a ser canceladas devido à contaminação de instrumentos cirúrgicos.
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) decidiu abrir um processo de investigação após aSÁBADOter noticiadoque médicos haviam fotografadoinstrumentos cirúrgicos contaminados, alguns deles ainda com restos de tecidos humanos como tendões e outros infetados com sangue que terão ficado de cirurgias anteriores. A informação foi esta quarta-feira avançada pela própria ministra da Saúde, Ana Paula Martins, que garante que está "a seguir atentamente este caso", revelou àSÁBADO.
Os primeiros alertas oficiais terão começado em maio, quando o assunto foi reportado por uma médica a Teresa Luciano, na altura presidente do Conselho de Administração do Hospital Garcia de Orta (HGO) e agora demitida pelo atual Governo. Num e-mail datado de 20 de maio, é referido que a situação é recorrente e insustentável, sendo por isso necessário a utilização de dispositivos médicos improvisados.
A mesma preocupação foi demonstrada por outro médico do Hospital Garcia de Orta. "Venho reportar que mais uma vez não conseguimos operar um doente muito prioritário, porque o instrumento cirúrgico estava contaminado e este mesmo doente foi mandado pela segunda vez para casa por operar! Isto é mesmo desanimador e revoltante", pode ler-se no email a que a SÁBADO teve acesso.
Quem tinha cirurgias marcadas viu estas serem canceladas. Foi o caso de Vítor Loureiro de 74 anos, que ia ser operado de urgência a um aneurisma, de João Gomes, 66 anos, que apresenta um historial de AVC e de Leopoldo Ferreira, de 54 anos.
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