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Greve cancela 494 comboios e afecta sobretudo os de longo curso

02 de abril de 2018 às 21:18

A greve dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP) levou a que 494 comboios da CP fossem suprimidos até às 20h00 de hoje, estando a ser mais afectadas as ligações de longo curso e as regionais.

A greve dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP) levou a que 494 comboios da CP fossem suprimidos até às 20h00 de hoje, estando a ser mais afectadas as ligações de longo curso e as regionais.

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Foto: Mário Cruz/Lusa
Foto: Mário Cruz/Lusa
Foto: Mário Cruz/Lusa

Num ponto de situação feito pela porta-voz da CP após as 20h00, Ana Portela indicou à agência Lusa que foram feitas cerca de 60% das viagens de comboio programadas. No total, foram realizados 754 comboios, enquanto foram suprimidos 494.

Os principais afectados foram os comboios de longo curso (os Alfa e Intercidades) e os regionais.

Nos urbanos de Lisboa e do Porto, a circulação manteve níveis elevados, com 85% e 74% dos comboios realizados, respectivamente, segundo a porta-voz da CP.

Da parte da Fertagus, a porta-voz Raquel Santos indicou à agência Lusa que a circulação dos comboios foi feita sem perturbações desde as 09h00, com todos os comboios a circular. Até às 09h00, a greve obrigou a suprimir 19 dos 34 comboios suburbanos previstos realizar pela Fertagus.

Ao meio-dia de hoje, a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) estimava uma adesão "muito positiva" de cerca de 80% à greve, mas admitia que vários comboios circulam devido a um "sistema antigreve" da IP.

Os trabalhadores da IP cumprem hoje um dia de greve, depois de uma tentativa de acordo falhado com o Governo e a administração da IP, que envolve nomeadamente aumentos salariais.

A empresa queria serviços mínimos correspondentes a 25% do número de composições habituais de transporte de passageiros, mas o tribunal arbitral entendeu não decretar este serviço face à curta duração da greve e por haver transportes alternativos.

Na lista de serviços mínimos estarão apenas, por exemplo, os comboios que se encontrem em marcha à hora do início da greve, os "serviços necessários à movimentação dos 'comboios socorro'" e "os serviços urgentes relativos ao transporte de mercadorias perigosas e bens perecíveis".

Entretanto, a Fectrans considerou que o Governo e a administração da Infraestruturas de Portugal (IP) "fugiram" a um acordo, no sábado, aquando da reunião que decorreu no Ministério do Planeamento e das Infraestruturas, com os representantes do Governo, da IP e sindicatos.

Segundo a Fectrans, após várias propostas e contrapropostas de aumentos, ficou acordada uma valorização salarial de "20 euros durante 11 meses e 25 euros no último mês, sendo este valor a integrar a tabela salarial em Janeiro próximo, mas pago durante 14 meses".

Porém, "ao passar ao papel a discussão que estava efectuada, fomos confrontados com uma proposta de redacção pouco clara, nomeadamente, não se assumia sem sombra de dúvidas o valor de 25 euros a transitar para a tabela, não se assegurava a garantia de aplicação do futuro Acordo Colectivo de Trabalho (ACT) aos trabalhadores com vínculos à função pública, por fim, para compensar os trabalhadores da diferença, propuseram que estes passassem a ter mais uma dispensa, mas com perda e renumeração, o que neste ponto se tornou inaceitável", garantiu a Fectrans.

A IP é a empresa pública que resultou da fusão entre a Rede Ferroviária Nacional - REFER e a EP - Estradas de Portugal.

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