Foram enviados para o MP 17 casos de abusos sexuais na igreja
A comissão que investiga os abusos sexuais na igreja católica portuguesa acredita que tenha havido mais de 1.500 casos de abuso nos últimos 70 anos.
Pedro Strecht, pedopsiquiatra e coordenador da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos de Menores na Igreja (CIEAMI), anunciou que foram encaminhados 17 depoimentos sobre abusos na Igreja para o Ministério Público. Todos os relatos são referentes a padres ainda no ativo, explicou o profissional em declarações aojornal Público.
Em entrevista ao jornal Público, o responsável adianta que, esta quinta-feira, a CIEAMI fará novo balanço, após seis meses de trabalho. Passado meio ano, Pedro Strecht realça que "houve uma resposta enorme logo no começo, que tem vindo a estabilizar e a diminuir". "Há também pequenos picos que se seguem a uma maior divulgação da comissão na comunicação social", explica o coordenador, evidenciando que "depois disso parece que as pessoas esquecem".
À medida que vai tendo conhecimento dos casos, a comissão vai enviando os casos para a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) e para o Ministério Público. Dos 17 casos que já estão na Justiça, todos são padres no ativo, mas o pedopsiquiatra não tem conhecimento de que algum tenha pedido para ser afastado de funções. Strecht admitiu ainda que os depoimentos sobre padres ainda no ativo são "muitos mais do que tínhamos ideia".
A estimativa feita pela comissão é de que terá havido cerca de 1.500 vítimas de abuso sexual na Igreja Católica ao longo dos últimos 70 anos.
Edições do Dia
Boas leituras!