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Ex-funcionária de ATL de Ovar está a ser julgada por usar menores para furtar

14 de novembro de 2018 às 18:40

A arguida, que faltou à audiência de julgamento, está acusada de nove crimes de furto, cinco dos quais na forma qualificada.

O Tribunal de Aveiro começou hoje a julgar uma ex-funcionária de um ATL suspeita de ter convencido menores que frequentavam o estabelecimento a retirar das residências dos pais e outros familiares dinheiro e peças em ouro para lhe entregarem.

A arguida, que faltou à audiência de julgamento, está acusada de nove crimes de furto, cinco dos quais na forma qualificada.

A primeira sessão ficou marcada pelo depoimento de uma das menores que disse que se sentiu "usada" pela arguida, que considerava ser sua amiga.

"Ela inventou uma história sobre um ex-namorado meu. Disse que ele tinha uma dívida muito grande relacionada com droga e precisava da minha ajuda. Ela não queria dinheiro. Queria ouro. Disse-me para tirar coisas de valor, porque o rapaz necessitava de dinheiro", contou a rapariga, actualmente com 16 anos.

Questionada pela procuradora da República, a menor admitiu ter retirado peças de ouro da casa dos pais e também de duas tias, entregando-as depois à arguida.

"Sabia que estava a fazer mal, mas ela insistia para continuar a tirar coisas, porque senão quem sofria era o meu ex-namorado", disse a menor, adiantando que o caso acabou por ser descoberto quando uma amiga "começou a desconfiar do que se estava a passar e falou com uma professora".

Segundo a acusação do Ministério Público (MP), os factos ocorreram entre 2015 e 2016.

Durante este período, a arguida, de 38 anos, decidiu abordar alguns menores que frequentavam o ATL em Esmoriz, Ovar, onde a mesma trabalhava, fingindo-se interessada nos seus assuntos e problemas para conquistar a sua confiança e amizade.

Posteriormente, fazendo uso do conhecimento que angariou relativamente a cada menor e da ingenuidade própria da idade, a arguida convenceu-os a retirar da residência dos pais e outros familiares dinheiro e objectos em ouro que depois lhe entregariam.

O MP diz ainda que a arguida serviu-se do fácil acesso que tinha às mochilas dos menores, enquanto os mesmos se encontravam no ATL, retirando delas as chaves das portas de entrada de cada uma das suas casas e fez cópias que guardou consigo e que usou mais tarde para assaltar as residências.

De acordo com a investigação, a arguida conseguiu através deste método apropriar-se de mais de uma centena de peças em ouro (cordões, pulseiras, anéis, brincos e outros) no valor global de cerca de 18 mil euros e de pouco mais de sete mil euros em dinheiro.

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