Eleições: PS desafia Portas a revelar medidas adicionais para défice 2015
João Galamba reagiu após Paulo Portas ter considerado que a Comissão Europeia desmentiu as críticas feitas ao Governo por António Costa a propósito do aumento do défice em Portugal
O PS acusou hoje o presidente do CDS de revelar "total descaramento" sobre a posição de Bruxelas face ao défice e desafiou o Governo a explicar que medidas defende para "tapar o buraco" orçamental de 2015.
Esta posição foi transmitida aos jornalistas pelo dirigente socialista João Galamba no final de uma visita do secretário-geral do PS, António Costa, à Associação Académica de Coimbra (AAC), depois de Paulo Portas ter considerado que a Comissão Europeia desmentiu as críticas feitas ao Governo pelo líder socialista a propósito do aumento do défice em Portugal.
"Paulo Portas revelou total descaramento político, porque se há instituição que desmente categoricamente o Governo é a Comissão Europeia, que prevê um défice de 3,1 por cento em 2015. Ou seja, segundo a Comissão Europeia, o Governo vai falhar a meta do défice", declarou João Galamba.
O membro do Secretariado Nacional do PS referiu-se depois à estimativa do Instituto Nacional de Estatística (INE) de défice de 4,7 por cento em Junho, que compara com o objectivo do Governo no final do ano.
"Nenhuma instituição corrobora a previsão do Governo. Já agora, Paulo Portas, que inventa coisas sobre o programa dos outros, podia dar explicações por o Governo não atingir as metas do défice este ano e quais as consequências que isso terá. Sobre isso das duas uma: Ou o Governo abandona o seu ponto de honra de ter um défice de 2,7 por cento, ou, mantendo o ponto de honra, terá de anunciar ao país cortes adicionais", declarou o "número três" da lista de candidatos a deputados do PS pelo círculo de Coimbra.
Em relação à posição de Bruxelas sobre o défice de 7,2 por cento em 2014, João Galamba considerou que a Comissão Europeia "disse um truísmo".
"Obviamente que o impacto do défice de 2014 não tem implicações no défice de 2015, mas tem impacto na dívida em todos os anos subsequentes. A Comissão Europeia não falou também dos riscos decorrentes da recapitalização do Novo Banco para 2015, nem de todos os custos da eventual litigância nos anos subsequentes, cuja dimensão se desconhece. Mas Paulo Portas podia aproveitar a oportunidade para explicar", acrescentou o membro da direcção do PS.
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