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Diretora de lar em Matosinhos com mais de 100 infetados por covid-19 constituída arguida

02 de outubro de 2020 às 11:41

O Lar do Comércio teve mais de 100 infetados com covid-19, 24 dos quais acabaram por morrer. Ministério Público instaurou inquérito após queixa de familiar de vítima do novo coronavírus.

O Ministério Público (MP) constituiu arguida uma diretora técnica do Lar do Comércio, em Matosinhos, no distrito do Porto, indicou hoje à agência fonte da instituição.

A fonte disse que a própria instituição não foi constituída arguida no inquérito criminal em curso no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Matosinhos, mas admitiu que dirigentes do Lar venham a ser ouvidos pelo procurador.

Numa alusão ao Lar, a estação de televisão Porto Canal sublinhou que um funcionário que denunciou as matérias em investigação foi alvo de processo disciplinar e despedido.

"Não fazemos comentários sobre isso", disse a fonte do Lar contactada pela agência Lusa.

O Lar do Comércio, em Matosinhos, que chegou a ser descontaminado pelo Exército Português, teve mais de 100 infetados com covid-19, 24 dos quais acabaram por morrer.

Na sequência, o MP instaurou um inquérito à situação no lar e um familiar de uma utente que morreu com covid-19 apresentou queixa, por alegada prática de vários crimes, requerendo a suspensão de funções dos órgãos sociais.

A agência Lusa pediu hoje esclarecimentos à Procuradoria Geral da República, que não chegaram em tempo útil.

A presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro, afirmou, em 15 de maio, que a atuação da direção do Lar do Comércio foi negligente e que, por esse motivo, participou ao MP as situações que chegaram ao conhecimento da autarquia.

Já em 01 de setembro, a autarca revelou que as testemunhas arroladas na queixa que entregou ao MP sobre o Lar do Comércio, que registou 24 mortes por covid-19, já foram ouvidas.

O Lar do Comércio foi visado também num relatório da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados (CDHOA), divulgado em julho.

O CDHOA concluiu que houve uma "grave violação dos direitos humanos" no lar considerando por isso legítimo o direito dos lesados a uma indemnização.

A instituição reagiu quase no imediato, considerando que o documento estava repleto de "mentiras", "interpretações incorretas" e "juízos precipitados e erróneos".

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