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Cristas diz que, como em 76, CDS é o único que "não quer nada com o socialismo"

20 de julho de 2018 às 10:35

A presidente do CDS-PP insistiu em fazer uma ligação entre o que ocorreu em 1976 e a conjuntura política actual.

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, disse na quinta-feira à noite que o seu partido, tal como em 1976 quando votou contra a Constituição, é actualmente o único que "não quer nada com o socialismo".

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Foto: Lusa
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"Tínhamos razão então e temos razão hoje, num tempo em que temos uma maioria de esquerda que junta socialistas, comunistas e trotskistas, num tempo em que apenas o CDS diz com toda a clareza que não quer nada com o socialismo de António Costa", afirmou.

Discursando num jantar em Fafe no qual se assinalava os 44 anos do CDS-PP, marcado por várias referências à história do partido, a presidente democrata-cristã insistiu em fazer uma ligação entre o que ocorreu em 1976 e a conjuntura política actual.

"O CDS marcou o seu destino no dia em que, corajosamente e firmemente, votou contra a Constituição socialista que nos quiseram impor em 1976. Não votámos contra a democratização do país, muito pelo contrário, nós somos um partido fundador da democracia, que nunca a abandonou, que nunca a renegou. Nós votámos contra a imposição do socialismo como doutrina, do comunismo como inspiração", exclamou.

Ouvida por Nuno Melo, já anunciado com cabeça-de-lista centrista nas Eleições Europeias de 2019, e outros dirigentes nacionais, distritais e locais, Cristas acrescentou: "Nós estávamos certos. A Constituição que temos hoje, depois de todas as alterações que sofreu, é já muito diferente daquela que PCP, PS e PSD votaram e aprovaram. Deram-nos razão e por isso se diz que o CDS teve razão antes do tempo".

A líder partidária insistiu que os democratas-cristãos votaram contra, "porque era claro, em 1976, como de resto é hoje, que o mundo não começa nem acaba no Estado".

"Em 76 era evidente que as nacionalizações iriam destruir a economia. Em 2018, é evidente que as reversões da esquerda estão a travar o crescimento", reforçou.

Voltando à importância daquilo que considerou "um momento funcional do CDS", afirmou: "É por isso que, neste aniversário, nos 44 anos do CDS, faz todo o sentido chamar à atenção para este momento fundacional, onde nós estivemos diferentes de todos os outros e onde estivemos, na verdade, a corporizar uma visão que hoje continua válida, ao contrário dessa que outros defendiam à época".

Para a líder do CDS-PP, "o partido sente hoje que, na verdade, em 76, foi a única voz alternativa ao socialismo", dizendo aquilo que "parecia evidente contra as utopias das esquerdas". "Em 2018, orgulhámo-nos de sermos a única voz clara, cristalina, alternativa ao socialismo, a única que não vê nos socialistas ou em António Costa a liderança, a ambição e a visão necessária para nos fazer crescer como tantos países à nossa volta na União Europeia", defendeu.

"Apenas nós não discutimos, por um segundo que seja, se devemos ou não apoiar ou coligar-nos com os socialistas", afirmou.

Aplaudida pelos militantes e simpatizantes, Assunção Cristas reiterou as críticas à atual maioria parlamentar das "esquerdas unidas", como lhe chamou: "Qual é a dúvida que essa travagem está a acontecer hoje, num momento em que 20 países europeus crescem mais do que nós? Em 76 era evidente que o socialismo ia comprometer o nosso crescimento, como hoje é evidente, depois de uma governação quase ininterrupta, desde 95, que o socialismo não funciona e só nos aproxima do abismo da bancarrota".

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