Secções
Entrar

Covid-19: Parlamento rejeita comissão de inquérito proposta pelo Chega

19 de junho de 2020 às 13:52

Proposta contou com votos favoráveis apenas do proponente e do PAN, a abstenção da Iniciativa Liberal e os votos contra de PS, PSD, PCP, BE, CDS-PP, PEV e da deputada não inscrita, Joacine Katar Moreira.

A Assembleia da República rejeitou hoje a proposta do Chega de criação de uma comissão de inquérito parlamentar para analisar os procedimentos de contratos de aquisição por ajuste direto de equipamentos de proteção individual contra a covid-19.

A proposta contou com votos favoráveis apenas do proponente e do PAN, a abstenção da Iniciativa Liberal e os votos contra de PS, PSD, PCP, BE, CDS-PP, PEV e da deputada não inscrita, Joacine Katar Moreira.

O Chega propunha a constituição de "uma comissão parlamentar de inquérito com o objetivo de averiguar todos os procedimentos e contratos de aquisição, por ajuste direto, de equipamentos de proteção individual, no âmbito do combate à pandemia" de covid-19.

No documento, o deputado único do Chega, André Ventura, defendia que a forma como o combate à pandemia está a ser feito em Portugal "tem estado envolta em algumas polémicas, imprecisões e erros táticos e técnicos que importa apontar".

Em concreto, André Ventura referia atrasos do Ministério da Saúde no início da pandemia no reforço do stock de medicamentos, dispositivos médicos e equipamentos de proteção individual, que, segundo o deputado, levaram a dificuldades de proteger os profissionais de saúde.

"A urgência em acorrer às necessidades destes profissionais levou as autoridades a fecharem contratos por ajuste direto, no valor de mais de 76 milhões de euros, com sete fornecedores, contratos esses que tardaram em ser publicados, como determina a lei, no Portal dos Contratos Públicos", criticava o deputado, assinalando que já há um contrato a ser investigado pelo Ministério Público.

Para André Ventura, a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito "sobre o porquê dos contratos efetuados, porque não foram assinados, com quem foram feitos e porquê" era "obrigação inequívoca da Assembleia da República, no âmbito das suas competências de fiscalização".

No debate da proposta, que decorreu na quinta-feira, vários partidos anunciaram que não iriam acompanhar o Chega por ter sido recentemente aprovada pelo parlamento uma comissão eventual para acompanhar as medidas excecionais de combate à covid-19, bem como o processo de recuperação económico e social.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 450 mil mortos e infetou mais de 8,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.524 pessoas das 38.089 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela