Secções
Entrar

Costa: É muito provável que mínimo de existência seja atualizado conforme salário mínimo nacional

Lusa 19 de setembro de 2023 às 18:01

Primeiro-ministro também admitiu utilizar o saldo orçamental para reduzir impostos.

O primeiro-ministro afirmou hoje que é muito provável que o Governo atualize o mínimo de existência em conformidade com o aumento do salário mínimo nacional e admitiu utilizar o saldo orçamental para reduzir impostos.

António Cotrim/Lusa

Em resposta ao líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, durante o debate da moção de censura do Chega ao Governo, António Costa sublinhou que, atualmente, o mínimo de existência está fixado "no valor correspondente precisamente a 14 vezes o valor do salário mínimo nacional" de 2023 (760 euros).

"Não é entendimento do Governo que se deva alterar essa situação", referiu.

No entanto, Costa recordou que o executivo tem "fixado o calendário de atualização do salário mínimo nacional até ao final da legislatura" e acrescentou que, "com grande probabilidade", irá atualizar o mínimo de existência em conformidade com esse aumento.

"Mas, senhor deputado, cá estaremos no dia 10 de outubro a apresentar o Orçamento do Estado para o próximo ano e poderá verificar aquilo que será proposto nessa matéria", disse.

Antes, em resposta ao deputado único do Livre, Rui Tavares - que o desafiou a mudar a política orçamental -, Costa afirmou que a política do seu executivo tem permitido "convergir, ano após ano, com a União Europeia" e consolidar as finanças públicas nacionais "de forma saudável".

"O que queremos assegurar é que nós temos orçamentos equilibrados e que, tal como aconteceu no ano passado - em que devolvemos em apoios sociais aquilo que foi o aumento da receita fiscal prevista -, nós teremos de ter relativamente aos saldos orçamentais a alocação equilibrada entre a redução da dívida, a melhoria dos rendimentos e a redução da fiscalidade sobre o trabalho", referiu.

O primeiro-ministro considerou ainda injustas as críticas do PCP segundo as quais o Governo tem tido uma postura de "bom aluno" perante a política do Banco Central Europeu (BCE), contrapondo que o seu executivo "não tem escondido a sua oposição" ao aumento das taxas de juro.

"Temos aliás sido muito criticados - e eu particularmente tenho sido muito criticado -, por não respeitar a independência do BCE. Eu respeito a independência do BCE, agora não tenho é de concordar com a política do BCE e não concordo", acentuou.

Ainda neste período de respostas, o primeiro-ministro prometeu à deputada única do PAN, Inês de Sousa Real, que o Governo irá apresentar ao parlamento uma proposta de lei de criminalização dos maus-tratos animais assim que o processo de revisão constitucional estiver concluído.

"O Tribunal Constitucional já repetidas vezes declarou inconstitucional esse crime. Portanto, nós aguardamos que a Assembleia da República conclua o processo de revisão constitucional", frisou.

Numa resposta à líder parlamentar do PCP, Paula Santos, Costa referiu que o Governo está a levar a cabo "duas reformas fundamentais" na área da saúde, entre as quais a "introdução da dedicação plena".

Segundo o chefe do executivo, essa reforma irá traduzir-se em aumentos de 33% nos vencimentos dos médicos que trabalham nos cuidados de saúde hospitalar, e, nos cuidados de saúde primário, em aumentos entre os 12,7% e os 60%.

"Isto é o que significa verdadeiramente uma valorização de carreiras, senhora deputada Paula Santos", disse.

Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela