Confrontos em concentração da extrema-direita no Martim Moniz. Ex-juiz Fonseca e Castro detido
PSP foi obrigada a intervir e acabou a deter três pessoas, entre elas o líder do Ergue-te e o líder do grupo 1143, Mário Machado. Elementos da extrema-direita queriam manter manifestação onde iam assar um porco e que foi proibida pela PSP e acabaram envolvidos em confrontos com as autoridades e elementos antifascistas.
O ex-juiz Rui Fonseca e Castro foi detido esta sexta-feira no decorrer da manifestação que tinha sido desaconselhada pela PSP por ser uma resposta ao desfile do 25 de Abril e estar marcada para o Martim Moniz.
O partido Ergue-te e o movimento Habeas Corpus anunciaram uma manifestação com "porco no espeto" para o Martim Moniz, na tarde de sexta-feira, uma concentração apoiada pelo grupo de extrema-direita 1143, liderado por Mário Machado.
Em comunicado, a PSP justificou ontem a decisão de desaconselhar a realização de "manifestações/concentrações antagónicas para a mesma hora e área geográfica" com "desígnios e posicionamentos ideológicos distintos e antagónicos" e a necessidade de "garantir a ordem e tranquilidade públicas".
Mesmo assim, os manifestantes decidiram manter a concentração, mas no Largo de São Domingos, no Rossio, o que motivou confrontos com os participantes no desfile do 25 de Abril. Segundo explicou, no NOW, o advogado Pedro Proença, os elementos do grupo 1143 mantiveram a intenção de assar um porco na concentração que queriam fazer esta tarde. A polícia impediu esta ação, que, de resto, tinha proibido já ontem, e isso acabou por motivar os desacatos e as detenções por desobediência.
Rui Fonseca e Castro, fundador do movimento extremista Habeas Corpus, ainda chegou a defender que não sairia do largo nem algemado, mas acabou detido e retirado do local, sob fortes protestos. Antes da detenção, a PSP avisou o ex-juiz de que estava a incorrer num crime de desobediência.
Momentos depois Fonseca e Castro acabou por se entregar, criando momentos de tensão, o que exigiu a intervenção do dispositivo policial para conter a agitação. Mais de uma centena de apoiantes de grupos de extrema-direita como o Habeas Corpus e o 1143 gritaram: "Prendem um, prendem todos".
Também o neonazi e líder do movimento 1143, Mário Machado, que está condenado a pena de prisão por incitamento ao ódio e informou que se ia entregar em maio para cumprir pena, acabou detido. No meio da confusão, centenas de apoiaram gritaram pelo nome de Salazar. Em resposta, manifestantes antifascistas gritaram: "Fascismo nunca mais". Além da troca de slogans, os grupos envolveram-se em confrontos físicos, travados pela PSP. Uma terceira pessoa foi também detida.
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