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Cavaco Silva diz que solução de governo pode ser um acordo parlamentar

27 de agosto de 2015 às 17:26

O Presidente da República disse esta quinta-feira que o compromisso partidário em Portugal após as eleições legislativas poderá passar por um acordo de incidência parlamentar

O Presidente da República, Cavaco Silva, disse hoje que o compromisso partidário em Portugal após as eleições legislativas pode passar por um acordo de incidência parlamentar.

À margem de uma visita realizada a São Brás de Alportel, no Algarve, Cavaco Silva falou aos jornalistas das eleições antecipadas na Grécia, considerando que "são uma jogada política", e da actuação do Governo liderado pelo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, fazendo uma ligação à situação nacional.

"As eleições são uma jogada política, que é criticada por todos os partidos, mas quando um partido daquela área política perde toda a sua maioria de um momento para o outro, as escolhas são muito limitadas, porque é sempre difícil ficar nas mãos dos partidos da oposição, principalmente se não existe um acordo de incidência parlamentar. Em Portugal o compromisso pode também revestir a forma de acordo de incidência parlamentar", afirmou Cavaco Silva.

O chefe de Estado português disse ainda que "ao caso da Grécia" soma-se agora "uma crise nos mercados financeiros internacionais, de grande volatilidade e de alguma turbulência, que parece resultar numa crise de confiança em relação à evolução da economia chinesa, a que se juntou na crise das economias emergentes, como o caso do Brasil ou o caso da Rússia, com a descida do preço do petróleo".

Cavaco Silva considerou que é necessário "esperar para ver os efeitos das medidas que a China já tomou ou está a tomar", através da injecção de liquidez na economia ou da descida das taxas de juro, mas admitiu que a economia portuguesa possa vir a ser afectada pela situação internacional.

"A economia portuguesa, neste quadro, chega com uma certa dinâmica de crescimento do consumo, das exportações e do investimento, mas não podemos excluir a possibilidade de algumas das nossas exportações serem atingidas, o que eu espero aqui é que os nossos empresários sejam capazes de inovar, como acontece nesta empresa que estou a visitar, com criatividade e conquistarem, novos mercados", acrescentou, numa referência à empresa Novacortiça, que produz discos para rolhas de espumantes, mas também vestuário e outros acessórios de cortiça.

O Presidente da República afirmou também que "todos têm muito a aprender" com a situação que se viveu na Grécia, para a qual já tinha alertado quando disse que "estavam a ser cometidos pelo governo grego erros" que nunca imaginou "que algum governo europeu os pudesse cometer".

"Felizmente, o actual primeiro-ministro, que ainda não foi substituído, reconheceu a certo momento que era preciso ter em conta as propostas que vinham dos credores e para que a Grécia entrasse num ciclo de crescimento económico era necessário tomar algumas medidas difíceis, mas que, nesse caso, podia obter empréstimos de grande dimensão para dar um impulso e um certo dinamismo à economia grega e começar a criar empregos", acrescentou.

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