Secções
Entrar

Azeredo Lopes ouvido no Parlamento à porta fechada sobre efectivos militares

14 de março de 2018 às 19:57

O ministro da Defesa solicitou que a audição não fosse pública.

A audição do ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, prevista para esta quarta-feira ao final do dia no parlamento sobre os efectivos militares vai decorrer à porta fechada, a pedido do próprio, disseram à Lusa fontes parlamentares.

1 de 3
Foto: Lusa/Reuters
Foto: Lusa/Reuters
Foto: Lusa/Reuters

No início da audição, o presidente da comissão parlamentar, Marco António Costa, disse que a reunião seria fechada e que o segundo ponto da ordem de trabalhos - um requerimento do PSD para ouvir Azeredo Lopes sobre uma notificação da Comissão Europeia - tinha sido adiado.

Fontes parlamentares disseram à Lusa que foi o ministro da Defesa que solicitou que a audição não fosse pública. Azeredo Lopes foi chamado pelo CDS-PP ao parlamento na sequência da divulgação, no semanário Expresso, de partes de um memorando confidencial de quatro chefes militares.

Nesse documento, os chefes de Estado-Maior do Exército e da Força Aérea, Rovisco Duarte e Manuel Rolo, e o então vice e actual chefe do Estado-Maior da Armada, Mendes Calado, advertiam para riscos não negligenciáveis face ao número de efectivos autorizados pela tutela, considerado inferior às necessidades.

O anterior chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Pina Monteiro, que também subscreveu o memorando, esteve na comissão parlamentar para prestar esclarecimentos sobre o mesmo assunto e a reunião decorreu igualmente à porta fechada.

De acordo com dados do Estado-Maior General das Forças Armadas, o número de efectivos militares era de 27.948, à data de 31 de Dezembro de 2017. A referência para o efectivo militar decidida no âmbito da reforma 2020 indica que o número deve estar entre os 30 e os 32 mil.

No memorando, os chefes militares advertiam que o aumento de 200 vagas para militares face ao número autorizado para 2018 - destinados ao reforço ao combate aos fogos rurais - fica abaixo das 620 pedidas pelo conjunto dos ramos e configura uma "iniquidade" relativamente ao crescimento já anunciado para as forças de segurança e outros organismos.

Quanto à segunda parte da audição, prevista na ordem de trabalhos divulgada, sobre o processo instaurado pela Comissão Europeia por causa do contrato de ajuste directo com a West Sea para a construção de dois navios para a Marinha, os deputados decidiram adiar a discussão e solicitar primeiro ao ministério da Defesa o envio ao parlamento da documentação relacionada com o caso.

Em causa está o contrato de ajuste directo com a West Sea S.A. [Viana do Castelo] para dois navios patrulha oceânicos (NPO) pelo anterior governo" - navios "Sines" e "Setúbal", actualmente em construção.

A comissão parlamentar já tinha aprovado a audição parlamentar do anterior ministro da Defesa, Aguiar-Branco, que ainda não tem data marcada.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela