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Acusado de morte da irmã de Djaló tentou atropelar os GNR, acusam os militares

16 de outubro de 2019 às 20:45

Na primeira sessão do julgamento, na segunda-feira, o automobilista, que está acusado de um crime de homicídio consumado e mais de uma dezena de crimes de homicídio na forma tentada, tinha dito que o sucedido se devia apenas à sua inexperiência, tese refutada pelos elementos da polícia.

Militares daGNRafirmaram, esta quarta-feira, no Tribunal de Almada que tiveram de fugir para não serem atropelados pelo jovem automobilista, acusado do homicídio de Açucena Patrícia, irmã do futebolistaYannick Djaló, em setembro de 2018, naMoita.

"O carro passou por mim a alta velocidade e tenho sorte por estar aqui hoje", disse um dos três elementos da GNR que integrava o grupo de militares que, em 15 de setembro de 2018, assegurava o patrulhamento das Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem, na Moita, distrito de Setúbal.

Depois de, alegadamente, ter tentado atropelar vários militares numa rua fechada ao trânsito, o arguido, de 21 anos, acabou por fazer a viatura embater num grupo de seis pessoas, provocando a morte de Açucena Patrícia, de 17 anos, e ferimentos nos outros cinco jovens, alguns dos quais tiveram de receber tratamento hospitalar.

Na primeira sessão do julgamento, na segunda-feira, o automobilista, que está acusado de um crime de homicídio consumado e mais de uma dezena de crimes de homicídio na forma tentada, tinha dito que o sucedido se devia apenas à sua inexperiência, tese que foi hoje refutada pelo testemunho dos militares da GNR.

Antes, no primeiro interrogatório judicial, o condutor admitiu que tinha agido na sequência de um desentendimento com um grupo de pessoas do Vale da Amoreira (Moita). Acabou, no entanto, por atingir um outro grupo de pessoas com a sua viatura, provocando uma vítima mortal.

Em declarações aos jornalistas, António Colaço, o advogado de Yannick Djaló, que pede uma indemnização de 117 mil euros, referiu que o arguido já apresentou várias teses para o sucedido, mas disse acreditar que a versão mais próxima da realidade é a que apresentou no primeiro interrogatório judicial.

"Houve uma vontade de se vingar de alguma coisa e essa vontade de se vingar de alguma coisa foi muito maléfica para uma série de pessoas, nomeadamente, para a Açucena. Isso é que é triste", disse António Colaço.

Já o advogado de defesa, Pedro Madureira, considerou que nem todas as testemunhas corroboraram a tese da alegada intencionalidade do arguido em provocar o que a defesa considera ter sido um acidente e desvalorizou o depoimento dos militares da GNR.

"Eu não me pronuncio quanto ao depoimento dos militares que, quanto a mim, parece-me que têm outros intuitos", afirmou o advogado, que se escusou a explicar as reservas em relação às declarações dos elementos da GNR.

A segunda sessão do julgamento ficou ainda marcada pela expulsão de uma testemunha de defesa que assistia, sem o poder fazer, à audiência.

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