Secções
Entrar

Câmara da Amadora avança com demolição de 22 construções ilegais na Estrada Militar

Lusa 14 de julho de 2025 às 16:55

Foram identificados como ocupantes "cerca de 30 adultos e 14 crianças/jovens".

O movimento Vida Justa registou esta segunda-feira a demolição de duas casas autoconstruídas na Estrada Militar (Mina de Água), na Amadora, tendo a câmara informado que serão demolidas 22 construções ilegais e assegurada "resposta de emergência" aos moradores, inclusive crianças.

Mariline Alves

Acompanhando o processo de demolição, desde as 07h00 e até às 13h00 desta segunda-feira, Flávio Almada, do movimento Vida Justa, disse que houve um aparato "muito agressivo", em que o bairro foi cercado pela Equipa de Intervenção Rápida da PSP: "Ninguém entrava, os moradores não podiam nem sequer sair".

Em declarações à agência Lusa, o porta-voz do movimento Vida Justa disse que "duas casas foram demolidas" e acusou a Câmara da Amadora de ignorar as providências cautelares apresentadas pelos moradores e de falhar na disponibilização de soluções de habitação.

No domingo, o movimento Vida Justa denunciou a demolição de 16 habitações na Estrada Militar (Mina de Água).

Em resposta escrita à agência Lusa, a Câmara Municipal da Amadora (CMA), presidida por Vítor Ferreira (PS), esclareceu que na Estrada Militar da Mina de Água, no antigo bairro de Santa Filomena, "serão demolidas a totalidade das 22 construções ilegais", indicando que foram identificados como ocupantes "cerca de 30 adultos e 14 crianças/jovens".

"Estas construções estão a ser demolidas, pois representam um retrocesso nos esforços que o município tem vindo a desenvolver ao longo dos últimos anos. O processo de hoje está a decorrer com a normalidade possível de um processo exigente como este", afirmou a autarquia, sem adiantar quantas construções foram já demolidas.

De acordo com o movimento Vida Justa, os moradores das casas de autoconstrução apresentaram providências cautelares para travar as demolições e "a câmara tinha conhecimento disso", nomeadamente através de notificação por parte dos advogados sobre a decisão do tribunal de ordenar a suspensão das demolições.

Contraponto, o município referiu que "sempre que o tribunal dá conhecimento por vias oficiais à autarquia do deferimento da providência cautelar, a câmara obviamente respeita e acata a decisão do órgão judicial, fornecendo posteriormente a resposta à mesma".

Questionada sobre se, caso as construções abrangidas por estas providências cautelares sejam demolidas, a câmara incorre num crime de desobediência, a autarquia reiterou que "a providência tem de ser deferida pelo tribunal e remetida, apenas por este órgão judicial, à CMA".

O movimento Vida Justa criticou ainda a ausência de técnicos do serviço social da câmara no bairro durante as demolições, inclusive para disponibilizarem soluções de habitação aos moradores.

Em resposta, a câmara informou que tanto a junta de freguesia como a divisão de ação social do município "asseguraram o devido atendimento, esclarecimento e encaminhamento" dos moradores.

"Adicionalmente, na presente data, os serviços sociais da CMA, em articulação com os competentes serviços da administração central, assegurarão resposta de emergência, de acordo com as necessidades manifestadas e diagnosticadas", acrescentou a autarquia.

Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela